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quarta-feira, 30 de março de 2011

Educação Politécnica

Segundo a tradição marxista é por intermédio do trabalho que se faz possível a significação do homem no mundo. O trabalho do homem antes de ser realizado é pensado, essa característica denominada de teleológica é o que diferencia o trabalho humano do animal.
Embora o trabalho apresente esta importância fundamental na vida humana, o desenvolvimento das forças produtivas levou a uma grande divisão do trabalho, gerando assim diversas subdivisões entre os indivíduos que realizam trabalhos determinados.
A divisão do trabalho só surge efetivamente a partir do momento em que se opera uma divisão entre trabalho material e intelectual, esta divisão provoca não apenas a divisão desigual dos trabalhos, como também a repartição desigual dos seus produtos tanto em qualidade quanto em quantidade. Em outras palavras, dá origem a propriedade.
A diferença entre trabalho manual e intelectual exerce influência na sociedade, uma vez que não só o trabalho é dividido entre os indivíduos, mas o próprio indivíduo é mutilado e transformado no aparelho automático de um trabalho parcial.
Para modificar essa situação se faz necessário perceber que a causa de tal processo está no ser, não na consciência, não no pensamento como faz crer o liberalismo, mas na vida que leva o operário a não ter garantida as mínimas condições de desenvolvimento intelectual.
Se as circunstâncias em que este indivíduo evoluiu só lhe permitem um desenvolvimento unilateral, de uma qualidade em detrimento de outras, é somente com a consciência dessa situação que este mesmo indivíduo pode modificar e operar mudanças significativas nessa realidade pela qual é cercado, embora é forçoso reconhecer, a educação oficial não permita ou não estimula tal consciência.
Cada sociedade possui um sistema de educação que se impõe aos indivíduos de modo geralmente irresistível. Há costumes com relação aos quais somos obrigados a nos conformar, costumes que são produto da vida em comum, costumes que são, na sua maior parte, obra das gerações passadas. A educação está relacionada com a religião, organização política, grau de desenvolvimento das ciências, estado da indústria, etc
O limite da emancipação política aparece sob forma de emancipação intelectual, e esta só é possível por intermédio de uma educação de caráter politécnico.
Esta forma de educar promove a difusão de uma nova possibilidade de ensino, na medida em que mistura o conhecimento científico dos laboratórios aos conhecimentos práticos da oficina, proporcionando uma educação que tenha como objetivo germinar o trabalho produtivo, ou seja, um trabalho teleológico, que possibilite novamente ao executor dessa atividade perceber por intermédio desta a existência humana no mundo unindo assim novamente, trabalho material de trabalho intelectual.
Desta forma a educação de todas as crianças, a partir do momento em que possam desligar-se dos primeiros cuidados maternos, e trabalho produtivo andarão lado a lado.

Rafael Moreira.

terça-feira, 29 de março de 2011

Integração


  Passeando pelo “Estadão” online, bem no começo do ano, li uma materia na qual me chamou a atenção o título “Integração entre cérebro e máquina vai influenciar evolução”, me surpreendi ao longo da entrevista.
   Miguel Nicolelis, médico e pesquisador de grande prestígio,sua entrevista era sobre seu novo instrumento de pesquisa, é preceptivel sua preucupação quanto a sua pesquisa vai influenciar na sociedade.Por ser um pesquisador lhe questionaram quanto a política cintífica brasileira, ele diz “o talento humano é sufocado por normas(...) “, fala isso devido sua dificuldade para conseguir verba para sua pesquisa, o que me lembrou a questão de que se essa dificuldade existe em um nivel mais alto, nos remete a pensar que se na educação básica temos dificuldade e aos que chegarem a graduação, na pós, por ai em diante, terá certamente dificuldades, o proprio pesquisador diz que a política científica é elitizada,.Ou seja podemos ter vários genios , pesssoas que realmente irão fazer a diferença , só que provalvelmente e infelizmente não iremos conhecer.
   Um outro ponto que cita é a questão de que a sociedade brasileira não está sendo contemplada com o que é produzido, temos pesquisas para resolver problemas aos quais a sociedade brasileira não esta vendo respostas, se distanciaram.E não é só em relação a isso, é em todas as areas, pra mim é de se surpreender que um médico se preucupe com a sociedade em um todo, como que uma sociedade e compostas por varias areas e se singularizam em seu tema sem interação?!
link da entrevista: http://estadao.br.msn.com/ciencia/artigo.aspx?cp-documentid=27175274&b=1

Jésse Kalein

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ctrl C e Ctrl V

Pessoal vamos evitar de ficar copiando e colando notícias, posts... sem ao menos fazer uma crítica!

Museu da Sexualidade

Olá pessoas! Sei que parece um tanto distante das nossas discussões até aqui, mas gostaria de compartilhar com vocês um link sobre o Museu da Sexualidade:
 
Pela primeira vez no Brasil é aberto um MUSEU DA SEXUALIDADE - que pretende mostrar um conjunto de fenômenos da vida sexual e da sexualidade no mundo. Situado provisoriamente na Sede do Grupo Gay da Bahia, inaugurado dia 2 de setembro de l998, constando de rico acervo de peças provenientes de diversas culturas e de material incluindo cerâmica, porcelana, mármore, vidro, fibra, acrílico, madeira, tecido, incluindo esculturas, desenhos, objetos utilitários. Trata-se de uma iniciativa do bacharel em História, Marcelo Cerqueira, curador do Museu, com assessoria do Professor Luiz Mott, mestre em etnografia pela Sorbone de Paris e Titular do Departamento de Antropologia da UFBa.


domingo, 27 de março de 2011

Goiás forma primeira turma de Letras Libras do Brasil

Quarenta e quatro estudantes surdos se formaram dia 24/03/2011 no curso superior de Letras Libras. O curso de Goiás formou a primeira turma do País. Criado pelo Ministério da Educação em parceria com o Instituto Federal de Educação – IFG e com a Universidade Federal de Santa Catarina, o Letras Libras é ministrado em nove pólos de educação em todo o Brasil. Em Goiás, o apoio da Secretaria de Estado da Educação garantiu aos alunos o estágio nos colégios estaduais, necessário para completar a formação.
A colação de grau ocorreu, no Teatro Madre Teresa Garrido, no Colégio Santo Agostinho. De acordo com a coordenadora do curso em Goiás, professora Soraya Bianca Duarte, não existia nenhuma formação superior direcionada a atender estudantes que se comunicam através da linguagem de sinais. “A criação do curso abriu esta porta. E o seu sucesso se deve também à abertura das escolas para a realização dos estágios, o que não ocorreu em outros estados”, ressalta a coordenadora.
Os estágios são realizados através de convênio entre a Seduc e a coordenação do curso. Os estagiários foram recebidos nos colégios estaduais Colemar Natal e Silva e José Carlos de Almeida. Também foram oferecidas vagas no Centro de Apoio aos Surdos – CAS, do Governo Estadual, e na Associação dos Surdos. Soraya Duarte destacou ainda que “a receptividade nas escolas foi gratificante. Sem este estágio nossos alunos não conseguiriam concluir o curso com qualidade”.
Essa iniciativa do Ministério da Educação foi mesmo muito legal, mas ainda acho que é pouco comparada a realidade da educação no país. Acho que deveria haver um investimento maior na formação de professores em outras áreas, não só um curso de Letras Libras, mas Sociologia Libras, Física Libras, Matemática Libras. Enfim, oportunidade e qualidade de ensino igual para todos.
LADY TATIANE

Mais investimento em educação

Mais investimento em educação

Professor: carreira de Estado
(Brasília, 23/03/2011) - A meta de número 20 do Plano Nacional de Educação (PNE) prevê o aumento de 2% no investimento em educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, a educação passará a receber recursos da ordem de 7% do PIB. O objetivo foi defendido nesta quarta-feira, 23, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
“Estamos falando de R$ 80 bilhões a mais para cumprir as metas do PNE”, explicou Haddad. Da maneira como foi composto, o projeto de Lei que estabelece o PNE tem vinculação direta entre metas e recursos. Assim, não é possível estabelecer novos objetivos, como por exemplo, o aumento do número de vagas em cursos de educação superior, sem necessariamente aumentar a destinação de recursos.
Magistério - Haddad defendeu, ainda, que a carreira do magistério seja encarada como uma carreira de Estado. Assim como o piso nacional estabeleceu um patamar em todo o país, os outros componentes da valorização do magistério, como o plano de carreira, também devem ter caráter nacional, segundo o ministro.
Um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais do magistério hoje, disse Haddad, se refere à seleção de profissionais para atuar nas escolas públicas. “As provas de concurso cobram do docente mais conhecimento sobre a legislação do que sobre conteúdo prático”, relatou. Para superar o problema, foi assinada portaria que estabelece uma prova nacional para seleção de professores. O documento prevê a criação de um banco de questões que poderá ser utilizado para nortear as seleções feitas em estados e municípios.

Vejam que interessante noticia para nós futuros professores.
    
Maria Aparecida.



sábado, 26 de março de 2011

Educação versus Política


Durante a aula de estágio 3, discutimos sobre as teorias pedagógicas da educação. Durante a aula travamos um debate a cerca das teorias "Não-críticas", "Críticas-reprodutivas" e por último a teoria Crítica da educação. Por conta dessa discussão, tentei fazer uma relação com os conteúdos que ando lendo para a construção do meu TCC e fiquei com uma sensação...
 Já que para a consolidação e o bom funcionamento de políticas de participação é necessário dentre outras condições uma tradição "associativista"( nos moldes de Tocqueville). Como alcançar esta condição? (essa é minha sensação, poderia ser uma dúvida). 
Levando em conta essas teorias pedagógicas, mais especificamente a teoria Crítica da educação e seu papel como define Saviani, de dar a "substância correta" para que a classe trabalhadora tenha um ensino, que valorize o diálogo entre professor e aluno sem perder de vista a relação com a cultura acumulada historicamente, quer dizer, este diálogo proposto pode então "fundar" nos indivíduos a "intenção política" fundamental para a participação efetiva na "política". Comentem!!!


Rafael Barros

Será a educacão uma arma da contracultura?

   Ao ler o artigo "A Contra-Cultura na crise de Civilizacão", de Miguel Urbano Rodrigues (http://www.odiario.info/?p=2002) tive o seguinte questionamento: será a educacão uma arma da contracultura?
   Diz: "A satanizacão do socialismo e a apologia do capitalismo como sistema supostamente democrático são ingredientes básicos do massacre mediático orientado para a formatacão do homem alienado, inofensivo para a engrenagem do poder".
   Se eu pensasse na educacão escolar enquanto uma relacão dialógica e que, portanto, consistisse em um movimento contraditório, mas também num movimento que abarcasse a totalidade dada (falo da superestrutura e infraestrutura), sim, a educacão poderia ser uma arma da contracultura. Contudo, se olhar para as teorias não críticas e crítico-reprodutivistas, ao meu ver, tudo isso é engessado.
   Por isso, talvez eu concorde com a opinião de Henry Bernard (1839): "os livros tiveram seu dia, as Igrejas tiveram seu dia. Hoje, um jornal pode mandar mais almas ao Céu ou ao Inferno do que todas as capelas de Nova York juntas".

Kárita Segato

sexta-feira, 25 de março de 2011

O Direito à Educação


"  A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho."(Cap.IV, art.53, Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA).Esse capítulo do estatuto e seus incisos, assemelha-se a ideia de escola unitária proposta por Gramsci. Uma escola que nos primeiros anos possa receber um conhecimento humanístico a todos, não somente um conhecimento técnico, e só então partir para um conhecimento específico. Junto a esse conhecimento específico o conhecimento político para que o aluno possa ter autonomia em suas decisões e opiniões e  participar do cenário político debatendo os problemas da sociedade.
  Praticamente não existem leis com a finalidade de incentivar o jovem a participar do contexto político. As leis  que são elaboradas, em sua maioria, não visam preparar os jovens estudantes para as questões políticas, as leis que existem são  para "proteger" a criança e o adolescente da "violência". 
  Ora, proteger os jovens estudantes da violência parece contraditório, pois a metodologia de ensino usada nas escolas elas própias são uma violência(simbólica). O modo de avaliação é um exemplo. O professor precisa estar mais bem preparado para perceber todas as nunces que envolve o contexto em que o aluno está enserido. Para isso é preciso que seja feita mudanças no currículo e na preparação dos professoras/es. 
  Por outro lado, se formos questionar os atores políticos o porquê da escassez de leis para crianças e adolescentes é quase certo de que responderão que o ECA abarca todas necessidades, isto é, todos os direitos que uma pessoa humana deve ter. No entanto, depois de mais de vinte anos da aprovação do estatuto as leis não são cumpridas. Para fazer cumprir o que está no estatuto a sociedade deve participar do debate, pressionar o Estado. Mas se a maioria das pessoas não sabem da existência desse estatuto não há como reivndicar. Aí entra em cena novamente Gramsci  com a ideia de igualdade política,com pessoas capazes de exercer na política sua práxis, que para isso devem estar bem informadas e críticas para reivindiacar os direitos e governar os governantes.

Sandra Regina Alves

Comentando comentários: Vamos dar aulas?


Após ler comentários e postagens da Maria, Larissa, Jouber, Rafael, Kárita, Michelle..quero compartilhar ideias.


É... o que fazer com o mundo lá fora? Essa é para mim uma pergunta constante desde que começamos a estudar e pesquisar sobre escola e sobre educação. Ao partir da concepção de que escola e mundo estão em uma relação de influência constante, são elaborados programas e currículos com propostas de "comunidade participe!” e “estudantes, estou partindo das experiências de vocês para dar minhas aulas", mas não foi exatamente isso que vivenciei nas escolas que estudei e não foi isso que vi quando comecei a visitar, pesquisar e interagir com escolas.

Acredito que o problema é mais em baixo, que a relação de influência nem existe, o mundo está na escola, exatamente ali na frente do corpo docente. Em cada estudante temos relações de subalternidade, violência, acessos, etc.. acredito que mais que “ transmitir conhecimento”, para que a escola e a aula funcione as vezes professoras e professores tem que resolver problemas do mundo, a escola precisa resolver. Precisa? 

Dar aulas de ciências sociais, e para quem vai dar aulas de química, física, português, etc, a matéria em si é o mínimo. Me parece que a escola está bem mais envolta a comunidade do que acreditamos que ela de fato esteja. Se sabemos disso o que fazer? Se o mundo lá fora interfere tanto na escola, no fracasso e nos sucessos, por quais razões a escola não pode interferir, mudar o mundo? 

A escola não mudaria o mundo por ser produto das subalternidades deste e por seu aspecto de ser usada como instrumento de reprodução, é um aparato estatal, que como tal existe mais para vigiar e punir que para ensinar?

É...mais as mesmas pessoas que disseram coisas assim sobre a escola, falaram / escreveram também sobre intelectuais que provocam mudanças, guerra de posição e formas distintas de poder e ação, uma sociedade que muda e não só reproduz. Mas acho que precisamos pensar sobre nossas ações, o que pretendemos com o que sabemos e o que vamos ensinar e incentivar com esse tal saber. Se a escola é o mundo, para resolver problemas escolares vamos precisar resolver problemas sociais.Vamos?
 Elis 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Quino e a educação atual








Quero deixar uma tirinha de Quino que traz uma reflexão sobre os rumos e as realidades educacionais do mundo "moderno". É possível perceber a anomia do pai diante do teor educacional construído e a partir de critérios do mercado e por ele reproduzido.

Maria Fernandes Gomide

CLIPPING DA EDUCAÇÃO

Hoje recebi um email, com algumas notícias da educação, que gostaria de compartilhar com meus colegas.
A primeira da FOLHA DE SÃO PAULO - OPINIÃO

Quinta-feira, 24/03/2011
EDITORIAIS
Educados e desocupados
Vai contra o senso comum a notícia de que houve aumento relativo do desemprego entre trabalhadores com mais anos de estudo.
A constatação contraria uma das ideias-força da teoria do capital humano, segundo a qual a escolaridade seria um fator crucial para explicar o desenvolvimento econômico dos países e, no plano individual, uma garantia de emprego. A crença, ao que parece, foi atropelada pelos fatos.
Levantamento feito para esta Folha pelo Insper, um instituto de ensino e pesquisa em economia em São Paulo, revela que pessoas com 11 ou mais anos de estudo (ensino médio completo) representavam, em 2010, 60% do total de trabalhadores sem emprego. Em 2002, eram 39,4%.
O desemprego proporcionalmente maior dos trabalhadores com mais anos de estudo resulta, em parte, de um efeito estatístico. Houve também um aumento do contingente mais escolarizado na força de trabalho, na medida em que cada vez mais jovens chegam ao ensino médio e o concluem.
Além disso, com o crescimento da classe média, aumenta em paralelo a demanda por profissionais dos quais não se costuma exigir o ensino médio, como empregados domésticos e pedreiros.
Tudo indica que o fenômeno observado vai além disso, porém. Eis um caso em que a oferta não tem elasticidade para ajustar-se logo à demanda, pois alterações no sistema de ensino consomem décadas, gerações inteiras, para surtir efeito. Há ainda uma questão qualitativa: as empresas buscam contratar profissionais com escolaridade básica completa, decerto, mas dotados também de formação técnica.
A solução do problema passa pela formação de técnicos de nível médio e tecnólogos (graduados em faculdades). A carência desses profissionais é tão grande que há empresas investindo recursos próprios no treinamento de pessoas com tal perfil.
O governo da presidente Dilma Rousseff parece atento à questão. Seu Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec) projeta que o número de vagas nas escolas e faculdades técnicas federais seja mais que duplicado até 2012 (de 200 mil para 500 mil).
Não deixa de ser um número ambicioso, mas ainda assim aquém do que seria preciso para preencher a imensa lacuna. No Brasil, apenas 8,7% dos estudantes de nível médio têm formação técnica (Censo Escolar de 2009). Na China, são 42,6%, e, no Chile, 37,2%, de acordo com a Unesco (dados de 2008).
Outras notícia que particularmente achei muito interessante, veio do PORTAL DO MEC:
Quarta-feira, 23/03/2011
EDUCAÇÃO BÁSICA
Educação infantil, fundamental e profissional são prioridade, diz Haddad
Ministro fala das prioridades da educação na Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal.O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 23, que a educação infantil, o ensino fundamental e a educação profissional formam um tripé de ações, que tem o papel de alavancar o desempenho da educação no Brasil. A afirmação foi feita durante abertura dos trabalhos da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em Brasília.
“O conjunto de ações nessas áreas compõe, hoje, a pauta prioritária do MEC”, destacou Haddad. Na educação infantil, o ministro refere-se ao Proinfância, programa de construção e reestruturação de creches e pré-escolas, que foi incluído na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2). Em relação ao ensino fundamental, os avanços são relativos ao piso nacional do magistério, de R$ 1.187 em valores atuais, e a recente liberação de bolsas de mestrado para professores da educação básica.
Sobre a educação profissional, Haddad citou o programa de concessão de bolsas para estudantes da educação profissional, o Pronatec, e informou que o projeto de Lei que institui o programa será enviado ao Congresso em breve. O ministro também lembrou de ações já em curso, como a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica e o Brasil Profissionalizado. “Só para que os estados invistam em educação profissional, no âmbito do Brasil Profissionalizado, os recursos são de R$ 1,5 bilhões”.
Avanços – Ainda na Câmara, Haddad destacou os avanços da legislação brasileira no período de 2003 a 2010. Citou medidas como a extinção da Desvinculação dos Recursos da União (DRU) para a educação, o estabelecimento do ensino fundamental de nove anos e a criação do Fundo de Manutenção e Valorização da Educação Básica (Fundeb).
Para 2011, segundo Haddad, a principal meta referente à legislação é a aprovação pelo Congresso do projeto de Lei que institui o Plano Nacional de Educação (PNE), que vai vigorar de 2011 a 2020. Na terça-feira, 22, a Câmara dos Deputados criou uma comissão especial para facilitar a tramitação do projeto.
LADY TATIANE S. MIRANDA

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tentar pensar a educação a partir de uma abordagem mais ampla desse conceito bem como via análise de contextos mais concretos e específicos como o de nossa realidade educacional brasileira (seja na escola formalizada, seja nos movimentos não-formais) me parece ser um ato de coragem. Coragem porque nos atenta para uma realidade tensa que encanta e frustra ao mesmo tempo. A enfrentaremos como professores em primeiro lugar (uma categoria marcada pelas conseqüências de nossa formação sócio-histórica ) . Seremos, se conseguirmos, antes de tudo trabalhadores de uma sociedade classista e de privilégios e, por isso, seremos marginalizados pelo poder público, pela sociedade, pelo mercado, pelos núcleos familiares.
 Isso me faz voltar com certo tom de idealismo ou esperança (ingênua que seja) aos pensadores que até aqui tive contato (que não foram muitos). Quando penso em Marx, com sua idéia de ser genérico,  é possível dizer que a educação não aliada aos valores da propriedade privada, que aliena o trabalho daquele que o produz,  traz um poder de resgate do caráter integral do homem.  A educação assim pensada devolveria a capacidade humana de uso de seus sentidos de forma total. Com isso, todo homem, toda mulher, saberia refletir sobre sua realidade e também produzir suas necessidades se livrando da escravidão do capital. Ela devolveria suas partes mutiladas pelos valores  mercantilizados. Também os libertários, Bakunin, Kropotkin , Gramsci, Paulo Freire, cada um de sua maneira traz uma idéia do que significaria viver a educação como libertação e formação de pensantes que agem...Mas também não há como deixar de lado os personagens do cotidiano, os formadores de opinião que estão na música, nos filmes, na televisão, no rádio. Educação pensada para todos (sem a prepotência de que a igualdade de acesso destrua as diferenças anteriormente fixadas a partir das diferenças de classes como diria Bourdieu) também é pensá-la junto ao povo, para o povo.
Ainda como professores, mas também como cientistas sociais estaremos diante de outro desafio, de desvelar as relações de poder, de tentarmos  “formar”(parece um termo petulante...) seres conscientes e com isso nos moldarmos enquanto educadores pra quem sabe construirmos uma realidade menos “patológica”.  Estamos nos formando como seres sociais que derivam da sociedade atual tão vaidosa com seus princípios de proteção individual. Vivemos angústias, somos mães, pais, filhos e filhas, irmãos, estudantes, trabalhadores, sei lá... Somos inclusive seres sociais, como suas diferentes histórias de vida.  Mas fazemos parte de um coletivo que pode sim ser transformador.
Não significa (a esperança) ignorar as diferenças que se solidificam nas relações sociais. Se reproduzem nas escolas, nos discursos políticos, acadêmicos, midiáticos. Acreditar na educação não significa colocá-la sobre um altar, mas compreendê-la como instrumento de formação humana e de intervenção social. Dái a responsabilidade do que se dispõe ao ofício do professor.
Maria Fernandes Gomide

Gramsci, tão atual quanto o nosso blog

Apreciei muito a leitura de Gramsci, para mim é mais um grande pensador e alguém que estava além da época em que viveu; e apesar de estar em condições precárias enquanto escrevia, ele tinha pensamento e visão do que é viver coletivamente e em sociedade. Suas idéias e pensamentos são muito atuais e podem ser aplicados tanto no presente quanto no futuro. É uma pena que muitos apenas o critiquem, pois o veem como mais um comunista louco.
Pelo fato de ter experimentado na minha infância  uma educação humanista, e no ensino médio ter optado pelo ensino técnico,posso entender muito bem a clivagem a que Gramsci se refere, pois ao terminar o ensino médio não me sentia apta para prestar o vestibular,  por isso ingressei no campo do trabalho com a formação técnica. Só que com o passar do tempo percebi que precisava de mais formação para continuar me atualizando, além de poder crescer e oferecer mais na minha área de atuação, por isso  estou aqui buscando mais conhecimento e preparo.
Durante quinze anos trabalhei como professora no ensino funamental e realmente a escola unitária proposta por Gramsci faria muita diferença na vida das pessoas. A formação que esta escola se propõe a dar aos seus alunos seria de grande valia para todas as áreas da vida de cada um, bem como a vida social como um todo.



 Sandra Rancan
Olá pessoal, gostaria de postar um link de um prograga que passa todas a terças na TV Band. Este programa, chamado "A Liga", é um progama que pode gerar várias discuções, pois ele aborda temas do cotidiano em nossa sociedade tais como, violência nas ruas, tribos urbanas, homossexualidade, trabalho infantil, entre vários outro temas. É um programa bom para nos levar a refletir sobre a verdadeira face do cotidiano dos brasileiro, sejam "os batalhadores brasileiros", seja "a ralé". Gosto especialmente desse programa pois os temas que ele aborda, e de forma muito bem relatada, diga se de passagem, me leva a refletir sobre o que eu já venho estudando e estou desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre, que é a "invisibilidade da desigualdade brasileira", a forma de 'reprodução' de uma "ralé estrural", que no Brasil tende-se a ter a crença de que já se superou. O que não é verdade, basta ler algumas pesquisas em livros publicados por Jessé Souza para ter clareza disso.
Aí vai o link: www.band.com.br/aliga

Danilo C. da S. Santana

A educação atual, um pensamento.

     Pensando a partir das concepções de Gramsci, vieram vários estalos aos quais pude refletir acerca do que se esperar do ensino, e também, do que é proposto atualmente aos acadêmicos e alunos, sobretudo, aqueles que encontram no mundo educacional formalizado uma prática de expandir os conceitos acumulados em nossa história, isso vai desde uma efetivação plena do que seja realmente o processo desses pensamentos até sua capacidade influenciadora nos demais meios sociais. Reportando-me aqui a singularidade de Gramsci, ao delinear a dirigência de um intelectual ele o tem como princípio, uma incitação de superar o modo vida. Mais do que isso, passar da capacidade simplista de dominar uma técnica para um patamar mais complexo, o de atingir a sociedade política e corroborar a tendência transformadora do homem no que diz respeito às relações estabelecidas na historicidade humana, para simplificar, as dominações impostas. Então, isso faz pensar na experiência escolar como um formador tecnicista, ao passo que por essa mesma linha nos colocamos à frente da problemática que isso gera. E, creio eu, seja uma das preocupações norteadoras deste autor, o de conservar e o de ir além.
     Nesse sentido, fazemos o uso dos estudos de variados pensadores para nos especializar nessa temática, que aliado a isso vai se formando o corpo de pensadores que analisa a conjuntura atual, problematizando o papel dos homens enquanto detentores do poder de superação de um momento degradado. Acredito, que com os conhecimentos obtidos em suas variadas estâncias vão dando aquilo que o próprio Gramsci almejara, de superar a defasagem vivencial ao qual fez parte, mais do que isso, ele também deixa um legado ao qual transferindo suas idéias a realidade atual, em especial a brasileira, vão se contrapondo a diferentes perspectivas educacionais hoje estabelecidas.
     A começar, a dinâmica educacional nos afunila de tal modo que parecemos que estamos na era fordista. Ainda, são mostradas a nós possibilidades racionalizadas dos processos educacionais os mais variados possíveis que tendemos ficar a mercê da direção governamental para o continuo afunilamento. Também, são proferidas demasiadas possibilidades de mudança, mas que ao passo que tomamos mais conhecimento, desejamos apenas mudar as condições materiais, de preferência no âmbito individual. Claro, estamos coniventes a isso, uma vez que esse aparato rege a vida social. As práticas de solidariedade, ao que parece são reforços de um constante vazio, dado aos instrumentos de modificação do meio o mito do bem-estar humano. Logo, penso que idéia de que o homem vai fazendo história desconhecendo seus desdobramentos vai se fundindo ao caótico processo de vida. E que nos fim das contas a educação atual corrobora com esse dínamo material.
     Parece que a idéia de Adorno ao declarar que a escola tem como prioridade esclarecer os indivíduos a não repetir o ato de Auschwitz (o que não se distancia muito de Gramsci) tomou uma nova roupagem, só que agora camuflada na adesão de bens materiais e na continua desqualificação do outro enquanto não portador dessa temática. Então, Auchwitz está internalizada em cada ser social em que a individualidade dita as regras.
     Pensando então nessas abordagens, os dirigentes atuais carregam consigo um árduo trabalho de detonar essa “jaula de ferro” em que o homem vai se trancando, e também, vedando todos os lugares possíveis da circulação de um novo ar. Mais do que isso, os dirigentes terão de não somente obter o consentimento da sociedade civil, mas de “dinamitar” toda ideia contemporânea de que o homem necessita se resguardar do seu próximo, pois ali está o mal. E somado a isso, de que depende de sua criatura.
Que esse processo de emancipação se solidifique o mais rápido possível.
Dirigentes do mundo, uni-vos!!
Rômulo Andruschi

terça-feira, 22 de março de 2011

Indagações extensas em um curto espaço.

Estive lendo um livro do Luiz Antonio Cunha, chamado “Educação e desenvolvimento social no Brasil”, muito interessante por sinal, que me trouxe inúmeras novas reflexões sobre a educação brasileira.
No livro o autor começa nos trazendo a educação no pensamento liberal para pensarmos “a educação e a construção de uma sociedade aberta”. Depois de todo um blábláblá necessário para explicar melhor os princípios liberais, Cunha traz alguns autores que contribuíram para teorizar sobre o papel social da educação, e então me deparei com idéias de um cara que até então eu nunca havia ouvido sobre: Marques de Condorcet. À primeira leitura, é claro que eu me apaixonei pelas idéias dele que o Luiz Cunha citou, por exemplo: “a educação só é emancipadora e digna de um povo livre na medida em que dá às crianças os conhecimentos que lhes permitirão se bastar em todas as circunstâncias (materiais, políticas e morais)”; ou “a instrução desaparecerá com o despotismo de um homem sobre o outro, garantindo a liberdade”.
No decorrer do livro Cunha vai colocando várias questões a se refletir: como o estado lida/lidou com essa suposta “educação libertária”, e como essa fachada de igualdade acaba se tornando uma forma de dissimular os mecanismos de discriminação que a própria educação cria em torno de si, como as medidas de contenção são implementadas paulatinamente no sistema de ensino, etc etc e etc.
Me deu muito o que pensar, por isso achei legal compartilhar a leitura e os questionamentos. Mas acima de tudo isso, minhas maiores reflexões centraram-se em como enxergar o nosso atual sistema de ensino, uma vez que o autor escreveu este livro em torno de 72.
Estudando Gramsci e compreendendo melhor a idéia de escola unitária e de ensino voltado para emancipação do homem, senti a mesma euforia que tive com o pouco que li de Condorcet, mas de certa forma percebi que o a educação brasileira sempre deu a “impressão” de ser voltada para a construção do indivíduo como “sujeito de si”, para a diminuição das desigualdades e equalização das oportunidades...  E infelizmente a sensação que tenho é que a escola brasileira nesta atual conjuntura política é uma escola de aparências: feita de tijolos pintados de idealismo, mas por dentro repleta de contradições e de ideologias gastas pelo tempo e pelo desânimo.
Espero sinceramente que seja somente uma sensação. Mas se não for, é bom de qualquer forma estarmos preparados para o que viermos a encontrar como professores de sociologia, e ler muuuito para compreendermos qual é a situação real da nossa educação.

Larissa Messias Moraes

sábado, 19 de março de 2011

Programa de Aprendizagem Comercial

Até ano passado eu fazia parte do Programa de Jovens Aprendizes do SENAC-GO e com isso tive oportunidade de vivenciar a proposta do Programa de Aprendizagem Comercial (http://www.senac.br/inclu-social/prg-aprendiz.html). A partir de Gramsci pude constatar o quanto esse programa é contraditório tanto em sua proposta quanto na sua efetivacão.
A ideia inicial é de inclusão, pois  no século XIX o "aprendiz" era associado ao "menor abandonado". inclusão esta que só reforca, ainda hoje, a desigualdade: 1) o curso ao qual os jovenz aprendizes sao submetidos (por 1 ano) com certeza abdica do rigor tanto em questão de conteúdo como na avaliacão dos mesmos; 2) na grande maioria das empresas esse jovem aprendiz nao tem perspectiva em ascender na empresa, não é dado como "equivalente" a outro funcionário e, principalmente, não costuma exercer as funcões que lhe deveriam ser designadas.
A centralidade do programa é uma "Educacão em sentido amplo" que, na teoria, se aproxima muito da proposta de "escola unitária" de Gramsci, com essencia humanística muito mais do que capacitacão para o trabalho. Não posso negar que tal apresenta a "práxis"de Gramsci, pois nela a experiência prática prevalece sob a elaboracão teórica abstrata, na relacào SENAC - empresa. O problema é que aquele desenvolvimento da auto-estima, criatividade, cidadania, responsabilidade, ética, etc., estimulados pelo curso, não são necessariamente bem vindos na/ pela empresa. Nesta, o que importa é o trabalho pelo trabalho (a técnica enquanto técnica), e o pensamento individual (por vezes autoritário) prevalece sobre o coletivo. O jovem é importante para a empresa enquanto não implica prejuízos a ela!
A ideia do Programa élegal, mas quem sabe não dever-se-ia olhar mais para Gramsci e enxergar uma melhor apreensão do método!?

Kárita Segato

domingo, 13 de março de 2011

Gramsci e o Projeto Escola Aberta

Pessoal, estava estudando o manual de um projeto no qual trabalho e percebi que existiam muitas confluências entre a perspectiva pedagógica que discutimos nas últimas aulas. No manual do projeto que versa da proposta pedagógica a ser seguida, pude identificar elementos que a meu ver vão ao encontro a "praxeologia" de Gramsci. 
Para demonstrar o que chamei de confluência, citarei o texto do manual do projeto. "O ambiente escolar é visto como espaço privilegiado de convivência entre diferentes e de aprendizagem da ética da cooperação que se contrapõe a coerção. Apesar de ser o lócus formal prioritário da práxis educativa, a escola não é o único. Assim entendendo, o Programa amplia as experiências de aprendizagem ao trazer para a instituição os saberes e talentos que fluem na vida das comunidades, permeando-os com uma intencionalidade que os situa no processo reflexivo sobre os fins educativos"(Brasil, 2007). 
Levando em consideração a definição de práxis feita por Gramsci, a passagem citada do texto orientador do projeto contém elementos que permitem esta confluência. Entendo que a proposta do projeto tem a intencionalidade de permitir o acesso a escola e todo o "conhecimento formal" que se localiza nela(escola) de forma diferente. Podendo nesse contato, os indivíduos relacionar diretamente o "conhecimento formal" com "saberes e talentos" adquiridos fora dos muros da Escola.


Rafael Barros