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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Valorização do professor

Olá pessoal, acabei de ver uma campanha para valorização do professor.
Claro que tem uma série de críticas que podem ser feitas e deve ser assim mesmo, mas de qualuqer forma achei "bonitinha" e decidi compartilhar com vcs, assim quem sabe nos "motivamos" um pouco quando somos lembrados que " tudo começa com um bom professor"

Jouber Silvestre

sábado, 25 de junho de 2011

"A questão Humana"

Acabei de assitir o filme  "A questão Humana" de Nicolas Klotz que traz pro cinema indagações sobre as mudanças que os sistemas políticos, econômicos trazem para a realidade concreta dos indivíduos modificando-lhes a própria forma de sentir, pensar, relacionar. Nesse filme, o diretor traz o universo de uma grande empresa francesa que no período da "reestruturação produtiva" introduz novos métodos de escolha e eliminação de funcionários de modo que traça um paralelo com as formas de eliminação dos "indesejados" na época do Nazismo. Os novos critérios de seleção e eliminação são, para Klotz, capazes de introduzir novas formas de se viver. Neste sentido, não pude deixar de associar essa capacidade à educação pensada em seu sentido amplo. Educação como meio de inculcação de valores, comportamentos, formas de pensamento. Pensando na sociedade construída a partir dos critérios de mercado, a educação que digo acompanha os interesses de setores privilegiados. Seja ela em instituições formais como a escola, privada ou de responsabilidade do estado, seja em espaços onde elas se apresentam como "informais" (empresas,  partidos políticos, Organizaçõs Não Governamentais, instituições religiosas, família, bares), a instrução/educação é uma ação formadora de seres conforme os valores locais. No filme, a educação está em parceria com um contexto econômico de aproveitamento máximo dos recursos industriais (funcionários muito qualificados e dedicados, métodos de escolha especializados), nas escolas a educação represesnta uma adequação ao mercado de trabalho. Essa continuidade chega a amedrontar.... 

Pra quem se interessar:  "A questão Humana" de Nicolas Klotz

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A CIDADE ( MARAVILHOSA) É PALCO DA PRIMEIRA CERIMÔNIA DE UNIÃO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO.


Edição do dia 22/06/2011
22/06/2011 21h15 - Atualizado em 22/06/2011 21h15

Cerimônia celebra união de dezenas de casais homossexuais no Rio

O Rio de Janeiro foi o primeiro estado brasileiro a realizar a cerimônia coletiva de união estável de homossexuais. O evento reuniu 43 casais.

Uma cerimônia coletiva celebrou a união de dezenas de casais homossexuais nesta quarta-feira (22) no Rio.
As cores do arco-íris indicavam um dia diferente na Central do Brasil, no coração da cidade.
O Rio de Janeiro foi o primeiro estado brasileiro a realizar a cerimônia coletiva de união estável de homossexuais. São 43 casais: homens e mulheres que puderam se unir aos seus parceiros do mesmo sexo. A conquista de um direito aguardado há muito tempo.
Léo e Odílio chegaram de Goiânia. Eles tiveram a união estável anulada por um juiz, na semana passada. Mas a decisão foi revogadora pela Corregedoria de Justiça de Goiás e o documento voltou a valer. Mas, por garantia, eles preferiram fazer tudo de novo.
“A gente tem medo de que outro juiz de Goiânia possa caçar de novo a nossa união estável”, disse Léo.
Para Arthur e Genivaldo, a união legalizada celebra a segurança que os casais passam a ter a partir de agora.
“Nós estamos juntos há 21 anos e construímos um patrimônio financeiro juntos. Nós queremos o direito de poder reservar o nosso patrimônio, só isso”, afirmou o corretor de seguros Genivaldo de Oliveira.
“Aumenta realmente o respeito e os direitos também”, destacou a costureira Ana Cristina Santos.

APÓS TANTAS FALÁCIAS CHEGA-SE A UM FINAL FELIZ.

MARIA APARECIDA.

Não se pode falar de educação sem amor

"Não se pode falar de educação sem amor". (Paulo Freire ).
 “Educação com Amor é uma Educação transformadora” (Paulo Freire )
Para Freire, o Amor é uma Intercomunicação íntima de duas consciência que se respeitam.
Portanto, devemos respeitar o outro a partir do respeito a mim dado. Sem esta intercomunicação intima, sem 
amor, não é possível haver comunicação. A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática, porque Ensinar é criar a possibilidade da produção do conhecimento ou da sua construção. “Quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Não há docência sem discência. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.


Freire permite compreender que o processo de conhecer como ato de aprender e de criar, se fundamenta na metafísica do inacabamento humano, mas que se realiza, integradamente e com um comprometimento ético, estético, afetivo, científico iterativo edcuador-educando. Do ponto de vista metafísico a compreensão do homem e da mulher é de seres históricos e inacabados e sobre o qual se funda a compreensão do processo de conhecer. Quando nossa prática é ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, e ética em que a estética deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade. Quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve a “curiosidade epistemológica” pela qual alcançamos o conhecimento cabal do objeto (FREIRE, 1999:25-28).Se ensinar exige ética, contudo, permeia toda a atividade educativa, por conseqüência a afetividade, ensinar dessa forma corresponde ao compromisso ético e afetivo com o educando como ser histórico que engendra um conhecimento. 
  • Ensinar exige pesquisa e isso fala da concretude do gesto afetivo vivido como prática pedagógica. Não há ensino sem pesquisa e nem pesquisa sem ensino. Um está no corpo do outro. Freire nos coloca que pesquisamos para constatar, constatando, interviemos, intervindo educamos e nos educamos. Então, a ultrapassagem do senso comum exige uma atitude afetiva de respeito e qualificação da experiência do educando e o cuidado e desafio à sua capacidade criadora através da consciência crítica: “Pensar certo implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação. Implica o compromisso do educador com a consciência crítica do educando, cuja “promoção” da ingenuidade não se faz automaticamente” (FREIRE, 1999:32-33). 
  • Educar exige respeito aos saberes dos educandos. Respeito é uma dimensão do afeto. Em palavras mais simplificadas pensar certo exige respeito aos saberes com os quais os educandos chegam na escola e também discutir com eles a razão desses saberes em relação com o ensino de conteúdos. É valorizar e qualificar a experiência dos educandos e aproveitar para discutir os problemas sociais e ecológicos, a realidade concreta a que se deva associar a disciplina, estudar as implicações sociais nefastas do descaso dos mandantes, a ética de classe embutida nesse descaso (FREIRE, 1999:33-34). 
  • Quando Ensinar exige criticidade o ingrediente que possibilita a passagem da ingenuidade para a criticidade e, portanto da conquista progressiva da humanização é a afetividade, a amorosidade pela qual o educador realiza este processo de estímulo e promoção da superação do educando através de suas próprias capacidades criativas. A criticidade, na visão biocêntrica ela existe à medida que entro em contato originário e profundo com a situação do outro. Em outras palavras a criticidade brota também do amor profundo que me mobiliza pelo outro e pela vida.Para Freire entre a ingenuidade e a criticidade existe uma ruptura, uma superação. Quando nos aproximamos cada vez mais de forma rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica. A curiosidade dos camponeses é a mesma curiosidade com a qual cientistas e filósofos admiram o mundo. Cientistas e filósofos superam porem a ingenuidade do camponês tornando-se sistematicamente curiosos. Não haveria criticidade sem a curiosidade, historicamente construída e reconstruída. A prática educativo-progressista promove a passagem da ingenuidade para a criticidade, sem divinizar ou diabolizar a ciência (FREIRE, 1999:34-35).
  • Ensinar exige estética e ética. Estética e Ética emergem da mais profunda experiência afetiva com o outro. Sendo assim, a vivência afetiva, a raiz da ética e da estética é também a base estrutural do pensar certo, é a fonte nutridora da inteligência afetiva, como diz Rolando Toro. O conhecimento racional é diretamente ligado ao nosso instinto afetivo, às emoções e aos sentimentos de atração, empatia, etc. “Mas não há pensar certo à margem de princípios éticos” (FREIRE, 1999: 36). O pensar certo implica compromisso com mudança da ingenuidade à criticidade. Comprometer-se é uma atitude afetiva que envolve o outro no processo de conscientização e de politização. Compromisso é coisa assumida com liberdade e não como obrigação. O que apela e se expressa em nós como uma exigência profunda é a mobilização irresistível pelo cuidado com o outro, com a vida do outro que desabrocha para o reconhecimento real do mundo. Trata-se do momento originário da ética, momento do face-a-face diante do oprimido, do alienado pela ideologia dominante, do dominado politicamente, do explorado economicamente.
  • Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo. “Pensar certo é fazer certo” (FREIRE, 1999: 38). Uma expressão popularizada diz que “as palavras comovem, mas o exemplo arrasta”. Paulo Freire sabe muito bem que as palavras que não ganham corpo são vazias, quase nada valem. A experiência, por outro lado, mostra muito bem que a mesma atitude em nível político se revela ineficaz. Quantos militantes políticos propalaram um discurso contundente e até agressivo contra tudo que significasse o fazer político das classes dominantes, porém, faltando engajamento no processo de mudança, ações de cuidado real com as necessidades fundamentais da população marginalizada, fica um rastro de desilusão por uma palavra encantadora, mas estéril por não estar acompanhada de um efetivo engajamento ético, pela mobilização afetiva profunda pela promoção e defesa dos direitos fundamentais da população. A formação do pensamento crítico, conscientizador e libertador não se realizam porque “não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o rediz em lugar de desdizê-lo. Não é possível ao professor pensar que pensa certo, mas ao mesmo tempo perguntar ao aluno se ”sabe com quem está falando” (FREIRE, 1999: 38).O discurso dissociado do professor, o discurso não engajado do militante é como um terreno que não tem nutrientes para germinar e crescer a vida, a mudança. 
  • E Paulo se refere diretamente à imersão do pensar certo no universo da afetividade como generosidade: “Faz parte do pensar certo o gozo da generosidade que, não negando a quem tem direito à raiva, a distingue da raivosidade irrefreada” (FREIRE, 1999: 38). Ressalve-se que raiva tem aqui um sentido afetivo de indignação e raivosidade desenfreada seria uma dimensão patológica do afeto, a destrutividade (TORO:2002).
  • Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Essa abordagem está recheada das dimensões afetivas do comprometimento ético do professor com seus alunos. O pensar certo tem como próprio a disponibilidade ao risco. Assim como o útero fecundo, a dimensão dialogal de aceitação do novo é uma atitude nutritiva e afetiva, mais profundamente ativa que o falar. Sem esquecer que o velho que preserva sua validade, que encarna uma tradição ou marca presença no tempo, continua novo.“A rejeição decidida a qualquer forma de discriminação” é outra explicitação da ética e do amor em Paulo Freire. A pessoa que tem uma mentalidade fatalista em relação aos acontecimentos devastadores, que a globalização está provocando, está numa atitude de impotência, falta-lhe a esperança que nasce da crença profunda na mudança possível nos pequenos gestos engajados, crença na capacidade política de pessoas conscientes participarem da descoberta de caminhos transformadores. A neutralização das pessoas interessa sobremaneira aos interesses neoliberais, ideologicamente articulados pela mídia e pelo mercado globalizado. Não há pensar certo sem entendimento, diz Paulo Freire, e não há entendimento sem ser uma construção co-participada. Aqui, novamente, entra o processo afetivo de qualificação do aluno pela valorização da sua experiência, dos seus conhecimentos. Na relação dialogal, também possível somente em nível afetivo, o conhecimento não deve ser pré-transmitido, mas construído conjuntamente (FREIRE, 1999: 38-9).
  • A valorização da Identidade de cada um, gesto nutritivo da expressão e desenvolvimento do aluno, passa pela negação da prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero as quais ofendem a substancialidade do ser humano e negam radicalmente a democracia. Nesta colocação, a explicitação da democracia passa justamente pela negação das patologias do afeto, pela qualificação incondicional do outro, e indica que a democracia consiste na valorização da Identidade, da diversidade, da alteridade de cada um.Outra dimensão da afetividade é expressa ao defender que pensar e fazer certo tem a ver com a humildade. 
  • O afeto não é arrogante. Conhecimento científico acompanhado de arrogância não tem espaço para a humildade e comumente o outro é desvalorizado. Segundo Freire, o pensar certo e o fazer certo são integrados e ocorrendo ao mesmo tempo, sem dissociações. É um ato concomitante. Não há pensar sem entendimento e o entendimento é co-participado. Todo entendimento implica comunicabilidade, a não ser que esteja articulado ideologicamente. A tarefa coerente do pensador que pensa certo é desafiar o educando com quem se comunica para que produza sua compreensão do que vem sendo comunicado. Não há inteligibilidade que não seja comunicação e intercomunicação, que não se funde na dialogicidade. O pensar certo é dialógico e não polêmico (FREIRE, 1999: 41-42). Reiteramos aqui que o diálogo é uma das dimensões mais fundamentais do processo educativo biocêntrico, centrado sobre a afetividade.
  • Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, destacar que o fundamento da crítica, uma vez que o pensamento crítico é o pensamento que nasce do contato profundo e vivencial com a realidade, especialmente do outro como outro. Portanto, o pensar crítico tem uma exigência ética de pensar com coerência e de forma dialógica fundamentada.

A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. [...] É fundamental que na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores que iluminados intelectuais escrevem desde o centro de poder, mas pelo contrário, o pensar certo, que supera o ingênuo, tem que ser pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. [...] Por isso o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática.(FREIRE, 1999: 43).
Quanto mais assumo como estou sendo mais me torno capaz de mudar, de promover-me do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica, diz Freire. A curiosidade fundamenta ambos os pensamentos. A condição para a mudança é a abordagem crítica do pensamento ingênuo. Isso implica no engajamento generoso do professor que facilita o processo do aluno. E o autor não esquece que um elemento essencial na assunção do aluno para o pensamento crítico é o emocional.
Esta errada a educação que não reconhece na justa raiva, na raiva que protesta contra as injustiças, contra a deslealdade, contra o desamor, contra a exploração e a violência, um papel altamente formador (FREIRE, 1999:45).

Esta raiva se caracteriza afetivamente como indignação, como aquela do Cristo expulsando os vendilhões do templo. Como falamos acima esta raiva é uma dimensão afetiva saudável, necessária na mobilização política da pessoa. Neste momento fica explícita a larga referência que Freire faz às dimensões afetivas do processo educativo e politizador.

  • Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Reconhecer a qualidade do outro é um ato afetivo de qualificação e de promoção. Facilitar o crescimento, da mesma forma é um serviço de amor e de dedicação. Para permitir e facilitar um processo de formação do educando é necessário esta mobilização afetiva sem a qual este processo não acontece. A capacidade de amar é o fundamento do processo de assumir e de assumir-se:

Um dos papéis mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e de todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque capaz de amar (FREIRE, 199:46).

Assumir é cuidar, cuidar é amar. Assumir é responsabilidade e respeito e não obrigação. “A assunção de nós mesmos não significa a exclusão do outro. A questão da identidade cultural, de que fazem parte a dimensão individual e de classe dos educandos cujo respeito é absolutamente fundamental na perspectiva educativa progressista, é problema que não pode ser desprezado. Tem a ver diretamente com a assunção de nós por nós mesmos” (FREIRE, 199:47). O respeito é um gesto afetivo que corresponde ao cuidado, ao permitir, ao reconhecer. O processo de assunção experimenta o conflito de forças na experiência histórica, política, cultural e social dos homens e mulheres que pretendem detê-la. 

Vânia Lopes

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Indagação


Gostaria de discutir sobre um ponto, e levantar possíveis discussões sobre um assunto. Depois das observações que fiz no CEPAE das aulas de sociologia, devido a disciplina de Estágio supervisionado, estou inquieta sobre uma questão que não pude deixar de notar.
Na universidade as ciências sociais nos fornece todo um aparato para compreendermos a sociedade nos tirando de um mundo alienado, (dentre outras tantas questões), pensei que como professores teríamos a função de tentar passar essa anti-alienação para os alunos, (pelo menos era esta a impressão que eu obtinha porque era assim que eu imaginava as aulas de sociologia, pois eu nunca tinha obtido contato antes com esta disciplina, nem mesmo no ensino médio), porém ao observar as aulas de sociologia percebi que a questão estava sendo posta de forma contrária. Percebi que o professor praticamente molda o aluno, o seu papel na sociedade, como deve agir, com deve pensar, como deve se portar, pelo menos foi o que pude perceber nas aulas em que eu observei. Procurarei passar isso aos meus alunos, mas também procurarei torná-los menos alienáveis possíveis, tentarei passar um senso crítico da melhor forma possível. Sei que é uma tarefa complicada, pois são indivíduos que ainda estão em formação e não possuem uma maturidade suficiente para tomar algumas atitudes, mas procurarei na medida do possível discutir sobre esta questão. O que quero assinalar é, afinal, qual é o papel do professor? O que ele deve fazer? Não é possível que isso iria se resumir somente em “passar conteúdos”, o ensinamento deve ir mais além do que isso. Isso acaba por nos levar a questão do debate em que o professor Franck nos instigou em sala, onde um dos assuntos abordados era “o que é uma educação de qualidade”, concordo com que o Lucas disse em sala no sentido de que a educação na prática está voltada para  uma formação tecnicista.
Diante das teorias que obtivemos contato, de forma predominante ela sinaliza que a educação deve estar voltada para uma humanização, porém quando observamos a prática vemos que a realidade é diferente. Somente nós professores podemos mudar estas práticas, porém a meu ver estamos de mão atadas, pois ao chegar em uma escola para dar aulas a própria instituição limita o professor aos conteúdos que ele deve abordar, em muitas o programa está praticamente pronto, estamos limitados à livros didáticos. Como vamos exercer nosso papel, temos que seguir o sistema? Não são todas as instituições que trabalham na mesma linha do CEPAE, no sentido de não utilizarem livros didáticos dando maior liberdade aos professores para atuarem. Em sua maioria, as instituições aderem a estes auxílios didáticos, sei que fazem parte, mas vamos nos limitar a eles? Como podemos agir diante desta situação?

Géssica Barreto

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Para uma distinção de ciência aplicada e desenvolvimento tecnológico

Esta semana lendo uns blogs na internet, vi um post sobre a diferença entre um gênio e um estudioso. Para fazer essa distinção o blogueiro utilizou duas figuras pouco conhecidas Einstein e Bill Gates, na sua comparação tentava demonstrar como a descoberta do sistema operacional Windows foi mais significante para a população mundial de que a teoria da relatividade.
Visto que as duas descobertas foram e são cruciais até então, vejo que existe portanto uma confusão no que diz respeito a definição de ciência aplicada. Tendo em vista que o blogueiro atribuiu maior relevância ao windows. Só comecei a pensar nessa assunto novamente quanto retomava as leituras para a temida prova, pois lendo um dos tantos textos para a prova que enxerguei a ideologia por trás da definição de ciência aplicada tal como a sociedade capitalista a define, como desenvolvimento tecnológico. É claro que se o blogueiro expressa sua opinião no blog sem uma pesquisa pregressa pode incorrer nestes becos sem saída.


Rafael Barros

Educação na Barbárie?

Com as leituras feitas na segunda metade do curso, sobre a temática da educação e, a esperança nela concretizada, como meio de mudança social, me recordei de um artigo que li da Sílvia Rosa Silva Zanolla na revista Sociedade e Cultura, v. 13. E quero compartilhar as minhas inquietações, aqui nesse espaço de discussão e reflexão. Inicialmente a autora vai investigar o cenário de barbárie humana que está acometendo à nossa sociedade. Em que revela a fase sangrenta da imposição social reinante, ou seja, o modelo de produção capitalista.
Ela se orienta "pelos desafios impostas à escola e à educação, no sentido de combater a violência e a barbárie no aspecto amplo e cultural". Pelas nossas vivências e, consequentemente pelo desarmamento frente aos enquadramentos sociais vigentes, eu me permito a fazer uma crítica do não cumprimento do primeiro objetivo da educação, em que este consiste em tornarmo-nos conscientes da realidade de nossos semelhantes, isso atribui em considerá-los sujeitos representantes de si mesmos, e não meros objetos subservientes para apregoarmos nossos interesses individuais. Com base nessa consideração, a educação potencializa as dimensões da humanidade.
Zanollo e Souza, busca referência na teoria crítica da Escola de Frankfut, ela se utiliza da ideia de barbárie que é preconizada por Adorno, afirma ele, "superar a barbárie no sentido geral como condição para a sobrevivência da humanidade". Ele toma a educação como papel imprescindível na formação e emancipação dos indivíduos. Mas no discurso de Adorno é encontrado um dilema, pois ele não se posiciona, não cerceia novos horizontes, como criar um projeto de transformação social global, ele erra em restringir a esfera da educação, como a "única" capaz de assumir o papel transformador, puxa, e as outros prioridades, como a base material, são sucateadas?
É interessante pensar que na sociedade em que vivemos, ela nos corrompe sitematicamente, nos fragilizando "ao mesmo tempo em que se integra cada vez mais, gera tendências de desagregação", ele salienta que a "a civilização produz anticivilização", assim, nos deparamos com uma perspectiva desesperadora. Pois vivemos em um meio de incessante pressão social, relações de poder, tendências sociais imperativas, eu me pergunto ás vezes, onde está minha humilde boia, para flutuar nesse naufrágio!
A autora se utiliza da concepção do Freud, pois para a psicanálise, é impossível haver uma verdadeira educação. Para Zanollo e Souza, esta impossibilidade está no fato de que o sujeito sempre precisá administrar as ambivalências morte/vida, agressividade/cultura, sem que com isso possa idealizar a educação. Contanto, eu trago comigo questionamentos do tipo: Qual o verdadeiro papel das instituições de ensino? Porque elas se vangloriam por acharem que vão nos ensinar a sermos seres humanos melhores? A educação é apenas um mecanismo de controle social? Domesticando, engessando e, adaptando o homem para sua situação de dependência ao capital e suas formas de vida???????
Gostei muito do esclarecimento que a autora faz sobre o processo educativo, pois ela nos instiga, estimula e conduz com bastante elucidação, a compreensão da ação educacional, não como uma realização acabada, definida, idealizada. E crítica arduamente que "isso exige reconhecer que á própria educação, ao invés de formar, poderia deformar mentalidades", que consiste em anular o indivíduo, deixá-lo em posição inconteste.
E por final, ela reconhece uma questão que merece atenção pelo fato de que,"a sociedade costuma cobrar da escola aquilo que é responsabilidade geral das instituições: a formação do indivíduo. E a capacidade de combater a barbárie e educar não depende apenas das condições oferecidas pela escola, assim como a luta contra a violência não deve ser empreendida apenas a partir do espaço escolar. Tanto a formação humana, quanto o comportameto violento são fenômenos construídos socialmente e como tal devem ser reconhecidos". 

Érika Nunes de Medeiros

A Cruel Realidade Das Escolas Públicas De Nosso País

Uma discussão entre dois alunos terminou em morte dentro de uma escola pública no município de Cajazeiras, no sertão da Paraíba. O fato aconteceu na tarde da terça-feira (21) e teve como vítima o estudante Renato Oliveira, 21, que teria sido esfaqueado pelo colega de classe, identificado até o momento apenas como Larlisson, 21. Segundo testemunhas, os dois rapazes começaram a discutir no pátio de uma escola estadual.
Não demorou muito para a discussão partir para agressão física. Larlisson teria esfaqueado o peito de Renato, em uma região próxima ao coração. Os demais alunos tentaram impedir a confusão. Enquanto uns seguravam Larlisson, outros socorriam Renato, já caído ao chão. A vítima não resistiu e morreu no pátio da escola.
As aulas foram interrompidas e os alunos ficaram em estado de choque diante da violência. O motivo do crime ainda não foi desvendado pela polícia. Cerca de três horas após o crime, o acusado se apresentou à polícia, conforme informações repassadas pelo 6º Batalhão da Polícia Militar, em Cajazeiras.
Na semana passada, a Secretaria de Educação estadual começou a aplicar o "Plano de Enfrentamento à Violência nas Escolas". O governo paraibano pretende usar dados de violência nas escolas, feitos pela Secretaria de Segurança Pública, para coibir essas ações.

Como nós futuros professores podemos lidar com situações do tipo? Lembrando que estamos todos sujeitos a passar por esse tipo de situação em alguma momento da nossa atuação, visto que a seguranças nas escolas públicas é algo que deixa a desejar.

Jeane P.

Na mesma modernidade


Vocês conhecem autoras e autores de-colonialistas? Também identificados por pensarem sobre a descolonização do pensamento, a produção teórica / prática metodológica dessas autoras e autores se debruça, dentre mais pontos, sobre pensar o processo de contato entre populações indígenas e não indígenas reconstruindo conceitos sobre ciência, poder, globalização, e modernidade.

Quijano fala, por exemplo, que a relação de contato entre colonizadores e colonizados se deu por meio da construção da coloniallidade do poder/saber; que tem 4 etapas; 1) tivemos uma classificação e reclassificação das pessoas, - indígenas e europeus são construídos em discursos políticos/científicos como pertencentes a sociedades distintas hierarquicamente; 2) ocorre a criação de estruturas institucionais que articulam e administram essa classificação - Estado, Governos, Escolas, Igrejas, Universidades dentre outras; 3) ocorre também a criação de espaços em que essa classificação se institucionaliza, - a construção da sociedade nacional - ; 4) e desse processo temos a formulação de perspectivas epistemológicas que canalizam uma nova matriz de poder - a nova produção de conhecimento (QUIJANO, 2005).


 Há uma superposição da epistemologia ocidental nesse processo de contato inicial que continua a perpetuar noções e espaços de ação para as pessoas. Por isso a colonialidade, é pensada em termos de continuidade, e a “globalização” em termos de sistema mundo colonial moderno, pois pensa a relação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento como continuidade da colonialidade.

Quando em Florestan Fernandes discutimos modernidade, com base nas conceituações de Weber sobre racionalização, lembramos de um dos textos do Mignolo (2009), sobre “o outro lado da modernidade”, um lado que considera o processo de colonização como responsável por nutrir a modernidade em termos de saber e de poder subalternizantes de pessoas e corpos. Por que sempre falamos em povos tradicionais x modernos? Ciência x “pensamento mágico” / saber tradicional? Para localizar corpos em posições opostas hierarquicamente. Por que modernidade leva a conceitos sobre desenvolvimento? Um conceito como modernidade tem descrições de como podemos ser, com base em quem não somos que não evidenciamos em narrativas sobre “burocratização racionalizada”.
Acreditamos que ter acesso a produção dessas autoras e autores possa evidenciar discussões problematizadoras para quem estuda modernidade e para quem vai lecionar sobre noções correlacionadas. Não escapamos em nossas produções das hierarquias racial, geográfica, linguística, espiritual, de gênero, sexual e de classe, por mais neutro e objetivo que seja o “tema a ser tratado”, pensar os conceitos que usamos com base nesse aspecto situado é importante?

Em anexo links de indicação e referência.

Elismênnia e Michelle

segunda-feira, 20 de junho de 2011

educação libertária

Olá pessoal! Após horas de muito pensar sobre o que e como escrever me lembrei do comentário do João sobre a Educação Libertária do (Bakunin), e também sobre a aula de hoje de psicologia em que a professora falava do desenvolvimento humano e da importância do exemplo, pois, segundo ela a criança aprende imitando o queo adulto faz. Peguei o texto e comecei a ler e encontrei uma parte em que o autor fala exatamente sobre isso.

A maior força moralizadora é o exemplo. O mal é contagioso; o bem também. O exemplo influi quase de maneira toda-poderosa sobre a criança, devido à sua maleabilidade. Reflete tão fácil e fielmente o meio em que se desenvolve que se poderia, através da criança, conhecer este meio e, talvez, ainda mais comodamente, pelo conhecimento do meio, pressentir a criança.
Mais adiante no texto ele diz.
Se não quiserem que os filhos mintam, não os enganem nunca; se não quiserem que eles briguem entre si, não batam nunca neles; se não quiserem que eles falem de forma grosseira, não os insultem nunca. Se quiserem que eles tenham confiança em vocês, demonstrem confiança neles .se quiserem que os escutem ,falem a eles como a seres capazes de entender;se quiserem que eles sejam afetuosos e expansivos com vocês, não poupem seus beijos nem suas carícias. O exemplo é todo poderoso.
Caros colegas e professor Franck quando fiz esta postagem em 23/03/2011, estava com dificuldades em utilizar as ferramentas necessárias e por isso ao invés de postagem ela apareceu como comentário a uma postagem (teste) e, portanto pode não ser vista quando for feita a contagem final. Então tomei a liberdade de refazer a postagem agora de forma correta. 
Obrigada.
Maria aparecida.

23 de março de 2011 18:02

Réplica aos cientistas sociais sobre a questão da violência.

Bem, como vi que minha postagem gerou várias discussões, que bom, farei algunhas ponderações de forma a esclarecer alguns comentários feitos.
Primeiramente sobre a questão colocada polo RAFAEL,sei que a sociabilidade destes jovens acontecem dentro do universo da periferia,não descarto, apesar de não ter citado, a "reprodução". Quando diz que "penso que até mesmo a adesão dos jovens será pífia, ora são criados sem nunca acessar estes benefícios do Estado, tem toda a sua sociabilidade voltada para a sobrevivência e o sucesso na periferia, muitas vezes acompanhado do tráfico de drogas e da violência." Comcordo que a adesão destes jovens será/foi/e vem sendo pífea, porém acho que se ficarmos neste discurso de que não adiata fazer nada, pois as coisas são assim mesmo, a dominação histórica, que no Brasil acontece de forma sui generis, continuará sendo reproduzidos e nós continuaremos pensando que as coisas são assim mesmo e que não podemos fazer nada, é tudo que querem que fazemos, acho que o determinismo já fez muito estrago no mundo, é hora de pensarmos diferente, A LA FLORESTAN FERNANDES.
JOUBER, acho que políticas públicas não são esmolas do governo, acho que se são colocadas em prática são correções históricas da desigualdade que operou e opera em nosso país. Deveríamos sim ser parte de um todo, mas como não somos, devemos buuscar formas de pelo menos amenizar o mal que vem ocorrendo a séculos em nosso país, logo acho que há sim necessidade de inclusão pois a maioria do povo brasilerio já foi despresado lá atrás e vem sendo até hoje!
Quanto ao que JOÃO disse, bem, falou tudo de forma clara e esclarecedora e compartilho do mesmo pensamento que ele. Porém, quando diz que "a mobilodade social aqui é quase impossível", é neste ponto que defendo ações de inclusão dos jovens de periferia, pois, é com a concientizaão destes sobre suas condições que estes poderam pensar suas condições em sociedade. 

Danilo C. da S. Santana

domingo, 19 de junho de 2011

EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE: DESAFIOS DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA


No debate em sala de aula sobre a “qualidade” na educação, fiquei me questionando sobre os desafios da sociedade contemporânea e, especialmente, do ensino no Brasil. Procurando entender que objetivos educacionais devem ser estabelecidos para se alcançar uma educação pública de qualidade? Para se constituir uma sociedade democrática e igualitária que tipo de diretrizes e pressupostos fundamentais deve guiar a prática educativa? Que tipo de preparação os alunos devem ter para a vida produtiva em uma sociedade técnico-informacional? Que cidadão se quer formar?
Essas questões não são nada fáceis de responder, especialmente porque, o quadro econômico, político, social e educacional e muito complexo e contraditório.
A educação escolar, principalmente o ensino público de qualidade para todos é uma necessidade e um desafio fundamental. De acordo com Libâneo:

“ O Brasil tem experimentado, desde o inicio da década de 90, amplo processo de ajuste do sistema educativo. Todavia, esse reconhecimento e esse empreendimento, especialmente no governo de Fernando Henrique Cardoso, deram-se de acordo com uma lógica economicista, cujo projeto educativo tem por objetivo último adequar a educação escolar às novas demandas e exigências do mercado.”(LIBÂNEO, 2008, p. 116-117).

É nessa perspectiva que a educação assume o papel de mercadoria ou serviço que se compra, e deixa de ter caráter de direito universal, o que a leva ao campo da competitividade, da fragmentação, da dualidade e da seletividade social e cultural.
Devemos então inferir, portanto que a educação de qualidade seria aquela educação que promove para todos o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos? Ou a educação de qualidade deve ser entendida como um fator de realização da cidadania, com padrões de qualidade da oferta e do produto, na luta contra a superação das desigualdades sociais e da exclusão social?

LADY TATIANE
POR FAVOR LEIA TUDO COM ATENÇÃO!!! 



                                                                                                        
                               
FASES DE PROFESSÔRA E PROFESSOR TAMBEM


 

                                 Recém formada

Pegou 20 aulas e está louca para ampliar sua carga - É uma gatinha cheia de sonhos e toda feliz, fala muito, está sempre contando as novidades.
Nos primeiros dias de trabalho, tudo é maravilhoso

Depois de 3 anos...

Está trabalhando em jornada ampliada. Já acompanha os movimentos do dia a dia cheia de novas ideias, tem planos para seu trabalho, anda um pouco agitada com tanta expectativa .


Depois de 6 anos...


Sua agitação aumentou um pouco, suas amigas e a direção estão percebendo. Já vira noite e dia tentando se encaixar na profissão.. Não sabe o que fazer com a turma de aceleração...e só falta plantar bananeira pra aumentar a nota do IDEB.


Depois de 10 anos...


Engordou um pouco... culpa dos antidepressivos, motivo: stress; -alunos, pais de alunos, direção, coordenação, supervisão, SEDU, filhos, marido ganhando pouco, trabalha longe de casa , ufa!!!!


Depois de 15 anos...


Com muita sorte já está trabalhando perto de casa. mudou todo o guarda-roupa, para se adaptar a nova silhueta. Mas tá feliz, come em casa e tem um caderno já pronto para o início do ano, é só segui-lo... Tem ainda uma dorzinha de cabeça, a garganta já era..., se esqueceu o significado de 'bom dia', se sente como se tivesse acabado de cair da cama...



Depois de 20 anos ....


Tem depressão regularmente. Não reconhece a rua onde mora, a memória deu PT (perda total), enxerga pouco; escuta pouco; dorme pouco; fala pouco; a única coisa que tem muito são dívidas....Está ficando completamente maluca!!!! E vê se pode ........ já quer se
Aposentar!!!!!



Caros colegas!

Espero que nenhum de vocês jamais tenham que (vivenciar) alguma dessas fases e que esta postagem sirva somente para sua descontração e reflexão quanto ao que (nos) aguarda o futuro.


MARIA APARECIDA.

sábado, 18 de junho de 2011

Qualidade a partir do que?

A última aula de Teoria Social da Educação sugeriu uma reflexão a respeito de alguns pontos referentes a Educação, de modo geral, e em particuar, a educação brasileira. Parte dos colegas, ao tomarem como base de análise a sociedade capitalista atual, expressaram que a qualidade educacional é medida a partir da capacidade das instituições adequarem suas propostas de ensino aos valores do sistema econômico. Outros, inclusive eu, aliaram-na a concepções nomeadas pelo professor como "humanísticas". Uma aluna,em paralelo, questionou o exercício de medição qualitativa dessa realidade. Diante de sua exposição, me surgiram algumas questões: se é possível medí-la, tem-se como pressuposto de que há uma referência de onde partem todos os critérios de análise. Ter qualidade seria adequar-se a que?
Se dissermos que a boa educação persegue valores humanitários construídos democraticamente, também pergunto "o que é democracia?", "ela, de fato, possibilita a diversidade de saberes, valores, métodos e formas de organização social? ", "o que são valores humanos, direitos huamanos?".
Ao se pensar nas instiuições escolares, seja no ensino básico fundamental ou no ensino superior, o que significa dizer que são democráticas? Todo aluno que se submete ao sistema educacional deve adequar-se aos valores e diretrizes da instituição. No ensino médio, por exemplo, um bom aluno deve ser disciplinado, demonstrar insteresse pelos assuntos tratados. Melhor ainda são aqueles que desenvolvem diálogos com os temas "complexos", "difíceis". Quanto mais interessados no universo burguês(também não sei exatamente o que isso significa), melhor são localizados na escala de medição. Não seria uma adequação, uma "docilização de seus corpos", conforme alegou Foucault, em direção a modos de vida e pensamento de uma elite com privilégios? A democracia é uma vitória da sociedade em que sentido? Ela promove a igualdade de direitos, deveres.... ou evidência da diferença, o "direito de sermos diferentes" conforme um dia escutei da famosa Leitão "a democracia deve ser muito mais do que a manutenção da igualdade um direito da diferença"?  Acredito na transformação social da realidade social e aceito que a educação institucional seja meio importante nesse processo, mas somente diante de uma modificação em sua lógica de atuaçãol. O conhecimento é transmitido ou construído de forma fragmentada, vazia e desvinculada com prática de mundo. Nesse sentido, fico um tanto tentada a perceber toda essa estrutura como uma "violência simbólica"(Bourdieu).

Incluir alunos sem mudar a referência  parece ser, de fato, a manutenção da dominação entre classes...

Maria Fernandes GOmide

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Violência: a culpa é de quem?

No útimo domingo dia 12 de junho, o jornal O popular trouxe uma reportagem sobre o mapeamento os bairros mais viloentos da cidade de Goiânia. Esta reportagem revelava a grande incidencia de mortes dos jovens que moram em região "periféricas" de  Goiânia. Esta reportagem deixou claro que está faltando políticas públicas de inclusão dos jovens na sociedade, pois esta revelou que a maioria deste eram de famílias pobres da qual os pais precisão trabalhar para sustentar seus finhos e não recebem apóio do poder pública na assistência a seus filhos.
Assim, acho que enquando o poder público não der assistência aos nossos jovens de forma a integrá-los na sociedade e para de culpar estes por seus "crimes" e lembrar que todos estes jovens  vivem em sociedade e que sé há "pequenos monstros" vivendo na sociedade foi esta que os criou. Enquanto houver omissão do poder público e banalização do criminoso através da imprensa estes problemas continuarão a existir e a culpabilidade do indivíduo também.

Foi eu: Danilo C. da S. Santana

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A sociologia como disciplina obrigatória no Ensino Médio


O ensino de Sociologia no Brasil é passou por um processo de inclusão e exclusão da disciplina no ensino fundamental e médio, porém, foram abolidas do currículo do ensino médio brasileiro desde 1971, por imposição do regime militar que governou o país entre 1964 e 1985, as disciplinas de Filosofia e Sociologia tornaram-se obrigatórias Lei Federal nº 11.684/08, sancionada pelo vice-presidente da República, no exercício da presidência, José Alencar, em 02/06/2008. A nova lei, publicada no Diário Oficial da União um dia após a sansão da Lei em 03/06/08, alterou a Lei Federal 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional, e determinou a obrigatoriedade das duas disciplinas em todas as séries do ensino médio, tanto nas escolas da rede pública como da rede privada.

LEI Nº 11.684, DE 2 DE JUNHO DE 2008. 
Altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio.



O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no  exercício  do  cargo  de  PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o  O art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.


Art. 3o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília,  2  de  junho  de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

Quão maravilhoso fez o sardoso   Ex-Vice-Presidente JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA em aprovar esta Lei onde, as matérias de Filosofia e a Sociologia são agora consideradas obrigatórias para o ensino médio. Isto me faz lembrar das Palavras do Professor Pedro Demo onde defende uma sociologia crítica para os alunos, isto consequentemente resultará em melhor formação para todos. 


ASS: Vânia Lopes 


Ou o sal não salga ou...

Ou o sal não salga ou...
SÉRGIO CARRARA
O GLOBO - 07/06/11

Frente a pânicos morais todo cuidado é pouco. Qualquer movimento para sair deles pode nos empurrar mais ao fundo. Para escapar, é crucial agarrar-se aos fatos e à razão, colocando questões diferentes das que são formuladas pelos interessados em produzi-lo ou pelos que, nele, permanecem presos.

Frente ao pânico moral que cercou o kit anti-homofobia do Ministério da Educação, a ação do governo foi errática e confusa. Intempestivamente, Dilma mandou "suspendê-lo", em vez de dizer simplesmente que confiava no discernimento da equipe do ministério quanto ao seu teor e à sua utilização. Baseada no que viu na tevê, afirmou que o material "fazia propaganda de opções sexuais" e que isso seria inaceitável. Parece que se referia a uma frase em que um adolescente chegava à conclusão de que teria maiores chances de envolver-se com alguém, pois se sentia atraído igualmente por rapazes e moças. Colocando bissexuais em posição privilegiada em relação a homossexuais e a heterossexuais, mais limitados em suas "opções" (para usar a expressão da presidente), a ideia pode até ser considerada infeliz. Mas o que haveria de tão escandaloso nessa quase risível fabulação de um adolescente?

Se "ou o sal não salga ou a terra não se deixa salgar...", podemos dizer que ou todo esse imbróglio esconde "tenebrosas transações" (como muitos acreditam), ou revela certa concepção sobre os considerados sexualmente diferentes que urge submeter à crítica. O kit que o ministério desenvolveu aborda a homofobia sem vitimizar pessoas LGBT, apresentando sua diferença como algo positivo. Quando afirma que o governo "combate a homofobia, mas não propagandeia opções sexuais", a presidente parece dizer que, ao não tratar a homossexualidade como um "problema", o material a incentiva. Não estaríamos frente à tradução laica do mantra esquizofrenizante repetido ad nauseam por pastores e padres, segundo o qual se deve "amar o pecador, mas não o pecado"? Ou "acolher homossexuais, mas não a homossexualidade"?

Caso não seja isso, seria aconselhável Dilma vir a público dizer que os que afirmam ser a homossexualidade pecado e negam os direitos de cidadania a homens e mulheres homossexuais estão "propagandeando" a heterossexualidade e que isso é também inaceitável. Deve esclarecer que seu governo não combate apenas a barbárie homofóbica, mas defende a completa igualdade de direitos, fazendo suas as palavras dos juízes do STF sobre o estatuto das uniões homoafetivas. Sob pena de se misturar aos que consideram a homossexualidade inferior e deram início a toda essa confusão, deve deixar claro que os motivos que a fazem condenar o material produzido pelo ministério não são iguais aos de bolsonaros e garotinhos.

Interessante crítica feita pelo Antropólogo Sérgio Carrara sobre o kit anti-homofobia, fala sobre a confusão que isso casou, e o não esclarecimento da Presidente Dilma ante a retirada do kit anti-homofobia.

Sara

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!


Se É jovem, não tem experiência.
Se É velho, está superado.
Se Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Se Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Se Fala em voz alta, vive gritando.
Se Não conversa, é um desligado.
Se Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Se Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Se Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Se Não brinca com a turma, é um chato.
Se Chama a atenção, é um grosso.
Se Não chama a atenção, não sabe se impor.
Se A prova é longa, não dá tempo.
Se A prova é curta, tira as chances do aluno.
Se Escreve muito, não explica.
Se Explica muito, o caderno não tem nada.
Se Fala corretamente, ninguém entende.
Se Fala em tom normal, ninguém escuta.
Se Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Se Precisa faltar, é um 'turista'.
Se Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos
Se Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Se Exige, é rude.
Se Elogia, é debochado.
Se O aluno é reprovado, é perseguição.
Se O aluno é aprovado, deu 'mole'.
                                                             

                                                               Jô Soares



Ninguém melhor que o Jô Soares para descrever de forma cômica a profunda crise existencial de um professor, todas as dúvidas e agitações emocionais perante a incógnita de ser aceito ou não, de ser querido ou não, de ser admirado ou não por seus alunos.

Mas uma coisa é fato,  se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele ! 





LADY TATIANE