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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Merenda Escolar - Parte II: A questão é Política.


A Questão é Política
Proposta para o engajamento prático-teorico.

Desculpem-me a insistência, mas necessito compartilhar com meus colegas a carência, que ainda sinto principalmente de nós graduandos. Carências de debate e, mais que isso, de atitude, de ação sobre o cotidiano. Afinal, estamos trilhando o caminho para atuarmos como “cientistas sociais”, e tenho a firme convicção de que tão importante quanto a teoria, é  a prática.
Pouco se discute sobre a realidade fora das salas de aula - concordam? Acho que o individualismo, o tempo exíguo e as ambições pessoais nos separam e por isso nos entorpecem quanto à necessidade de se pensar sobre os inúmeros problemas que, de fato e não de teoria, afligem a sociedade lá fora. Não estou negando a teoria: estou dizendo que a teoria por si só não é transformadora: pertence ao território da contemplação e não da ação. A junção das duas dimensões é que possibilita transformar a realidade. Temos teoria de mais e prática de menos.
Ou talvez eu realmente seja ingênua em acreditar que nas Ciências Sociais eu possa encontrar respostas para “fazer a diferença” em prol de um mundo melhor, já que esta se propõem a ser a flor das ciências da humanidade. Pode ser, contudo, que eu seja muito passional e queira extrapolar os limites convencionais do conhecimento, que se entende apenas como locus de reflexão e não de engajamento.  
Bom, não sei.
Fico muito indignada com a inércia da maioria dos estudantes. Não faz sentido que pessoas que se dedicam ao estudo da sociedade não tenham curiosidade e até paixão pela política. Somos afortunados pelo valoroso e constante contato com o conhecimento, em busca da verdade. Temos o melhor em termos de quantidade e qualidade; acesso ao conhecimento científico que por sorte nos é apresentado de forma diversificada, tendo em vista as diversas orientações teórico-metodológicas oferecidas pelos nossos mestres e disponíveis nos livros.
E, mesmo assim, enquanto acadêmicos poucos produzimos ou nos envolvemos com a política. Importante: não me refiro à política stritu sensu, partidarizada, mas sobretudo à política maior, que diz respeito a valores, a princípios e ao engajamento nas grandes causas humanas. Creio que isso é muito importante para transformar o mundo. Para tanto, gostaria de propor aos colegas de classe  uma construção em conjunto de temas cotidianos referentes à escola e à educação, um daqueles espaços de transformação que demandam tal engajamento. 

Cíntia Dias

Um comentário:

  1. Acho muito bonita essa proposta sua de uma certa "militância" nas Ciências Sociais. Infelizmente o mundo fora da faculdade, as vezes, exige muito do tempo de cada um. Não vejo como um individualismo que faz com que separemos, mais sim um pluralismo (já chegamos e vemos o nosso curso separado em três [antropologia, ciência política e sociologia]) que se encontra na ciências, não só sociais, como acontece como a geografia, história... Ou seja, nas ciências sociais de uma forma ampla.
    Os temas que nos interessamos, as vezes são muitos diversos, se compararmos com os outros. Se colocarmos todos esses temas como elementos formadores de um só movimento, talvez poderia acarretar em uma grande mudança.
    O problema também está na forma de ter que transformar tudo em microestrutura, por exemplo, se queremos estudar as mudanças sociais no Brasil, no mesmo momento já somos cortados, pois, o objeto é muito grande (e realmente é) para ser abordado nesse simples estudos. Com isso já somos obrigados a criar uma espécie de célula. No que se diz respeito a esse trabalho, o mesmo teria de ficar: As mudanças sociais no bairro, ou na cidade.
    Não somos "formatados" para compreender a macroestrutura e sim a micro.
    A política cada vez mais acaba com a nossa motivação, a mesma chegou num estágio altamente avançado no quesito "eleitoreiro", os velhos partidos se tornaram eleitoreiros e os novos já nascem desse jeito!
    A política no meu ponto de vista, é qualquer movimentação, articulação de um determinado movimento social. Nesse ponto de vista não necessariamente devemos estar na política institucional para mobilizarmos.

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