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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quem tem medo de letramento?

 Já ouviram falar em letramento? Referente aos usos da escrita e da leitura como instrumentos de interação social, é mais comum termos reflexão e produção de conhecimento sobre letramento na linguística, no entanto letramento não deixa de ser um dos elementos básicos para qualquer contexto em sala de aula.

 Que estratégias usar para dar aulas? Que textos usar? O que pretendemos com o material em sala e que discussões poderemos levantar com base nesse material? São questões não só de que autoras e autores usar, mas questões de letramento, sobre os domínios sobre escritas, e o domínio que as pessoas tem sobre as discussões que colocaremos. O artigo da Nelly sobre letramento, está focado em educação para jovens e adultos, mas vale lembrar que em qualquer sala de aula de ensino público ou privado, zona urbana/rural, teremos pessoas com leituras e acessos diferentes, e podemos nos atentar para algumas dicas que ajudariam a dar aulas que envolvessem as diferenças.

 Uma questão de metodologias então? Se sim, uma das propostas que tivemos contanto até hoje, em nossas aulas na licenciautura em termos de estágio, foi; partir das pessoas, dos conhecimentos que elas trazem, e compartilhar propostas e conhecimentos que elas desconheçam. Mas como fazer isso? Uma das respostas, para mim, está formulada no que se chama de pedagogia do oprimido, e na pedagogia da oprimida; metodologias feministas de práticas de ensino. No texto abaixo, Nelly traz algumas discussões interessantes sobre alguns dos apontamentos que fiz aqui, apontamentos sobre propostas de letramento que ajudam a pensar em apontamentos para metodologias de ensino.



Elismênnia

3 comentários:

  1. Elismenia e colegas,
    acho importante esta conversa, afinal de contas, o tal letramento acaba por subjulgar e realmente oprimir os que são "desafortunados" de "cultura".
    Como estou ems ala de aula, venho tendo problemas quanto ao conteúdo e a forma que são repassados aos alunos, tenho visto colegas professores que nada mais fazem do que adestrar os alunos para que deem respostas certas nas provas e assim possam ter como resultado, uma certa porcentagens de notas azuis, que em geral DEVE variar entre 70% e 90%, já tive algumas brigas com colegas de sala de aula por isso e fico pensando até que ponto reforçamos esta falta de letramento. Tenho alunos no 7º ano por exemplo que são analfabetos, assim como tenho aluno no 8º ano que até o nome assina errado. Triste, mas esta é a educação que temos!

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  2. Fica claro que este letramento não é o próprio analfabetismo, pois, segundo Nelly, existe aí uma disparidade: enquanto as taxas de analfabetismo se reduzem cada vez mais, o número daqueles que não sabem ler ou escrever aumenta. Entendo que a ideia é a de que a bagagem individual, anterior à educação na escola, acaba influenciando tal disparidade. Fato é, pois, que diferentes ou não, a escola, e os próprios professores em sala de aula, tem que dar conta das diferenças, minimizando-as o máximo possível. Lembrando um pouco Gramsci, talvez a adoção de determinado método ajudasse nisso. Mas, o importante é não levar adiante as diferenças com um menor rigor (e daí teremos uma inclusão a qualquer custo que reduz a taxa de analfabetismo ao mesmo tempo em que intensifica a incapacidade de ler e escrever), e sim adaptar/ adequar o processo educacional para cada qual diferença.

    KÁRITA SEGATO

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  3. Pois é Jouber, será que quando falamos; "vamos partir dos conhecimentos específicos das pessoas que ali estão" consideramos os níveis de letramento delas? Se não fazemos isso enquanto aprendemos como dar aula nas universidades, temos que vivenciar essas questões na sala de aula. Como gerenciar a partitipação e interesse de estudantes que ao não saber escrever o nome, por exemplo, tem que conviver com noções sobre "você é burro e incapaz"?
    E vale lembrar que em questões de letramento a escola, a maneira em que o corpo docente encara as situações, revela muito sobre como a escola mais elege maneiras de ensino que correspondem as práticas de grupos específicos e silencia muitos que coexistem no mesmo espaço. E aí entramos Kárita em questões de rigor/ensino, como lidar na 7 série, na turma em que o Jouber dá aulas, sem tornar a aula muito fácil e muito dificil ao mesmo tempo? Queria que tivessemos noções e discussões sobre essa situação antes de nós deparararmos com ela em sala de aulas...

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