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quarta-feira, 23 de março de 2011

A educação atual, um pensamento.

     Pensando a partir das concepções de Gramsci, vieram vários estalos aos quais pude refletir acerca do que se esperar do ensino, e também, do que é proposto atualmente aos acadêmicos e alunos, sobretudo, aqueles que encontram no mundo educacional formalizado uma prática de expandir os conceitos acumulados em nossa história, isso vai desde uma efetivação plena do que seja realmente o processo desses pensamentos até sua capacidade influenciadora nos demais meios sociais. Reportando-me aqui a singularidade de Gramsci, ao delinear a dirigência de um intelectual ele o tem como princípio, uma incitação de superar o modo vida. Mais do que isso, passar da capacidade simplista de dominar uma técnica para um patamar mais complexo, o de atingir a sociedade política e corroborar a tendência transformadora do homem no que diz respeito às relações estabelecidas na historicidade humana, para simplificar, as dominações impostas. Então, isso faz pensar na experiência escolar como um formador tecnicista, ao passo que por essa mesma linha nos colocamos à frente da problemática que isso gera. E, creio eu, seja uma das preocupações norteadoras deste autor, o de conservar e o de ir além.
     Nesse sentido, fazemos o uso dos estudos de variados pensadores para nos especializar nessa temática, que aliado a isso vai se formando o corpo de pensadores que analisa a conjuntura atual, problematizando o papel dos homens enquanto detentores do poder de superação de um momento degradado. Acredito, que com os conhecimentos obtidos em suas variadas estâncias vão dando aquilo que o próprio Gramsci almejara, de superar a defasagem vivencial ao qual fez parte, mais do que isso, ele também deixa um legado ao qual transferindo suas idéias a realidade atual, em especial a brasileira, vão se contrapondo a diferentes perspectivas educacionais hoje estabelecidas.
     A começar, a dinâmica educacional nos afunila de tal modo que parecemos que estamos na era fordista. Ainda, são mostradas a nós possibilidades racionalizadas dos processos educacionais os mais variados possíveis que tendemos ficar a mercê da direção governamental para o continuo afunilamento. Também, são proferidas demasiadas possibilidades de mudança, mas que ao passo que tomamos mais conhecimento, desejamos apenas mudar as condições materiais, de preferência no âmbito individual. Claro, estamos coniventes a isso, uma vez que esse aparato rege a vida social. As práticas de solidariedade, ao que parece são reforços de um constante vazio, dado aos instrumentos de modificação do meio o mito do bem-estar humano. Logo, penso que idéia de que o homem vai fazendo história desconhecendo seus desdobramentos vai se fundindo ao caótico processo de vida. E que nos fim das contas a educação atual corrobora com esse dínamo material.
     Parece que a idéia de Adorno ao declarar que a escola tem como prioridade esclarecer os indivíduos a não repetir o ato de Auschwitz (o que não se distancia muito de Gramsci) tomou uma nova roupagem, só que agora camuflada na adesão de bens materiais e na continua desqualificação do outro enquanto não portador dessa temática. Então, Auchwitz está internalizada em cada ser social em que a individualidade dita as regras.
     Pensando então nessas abordagens, os dirigentes atuais carregam consigo um árduo trabalho de detonar essa “jaula de ferro” em que o homem vai se trancando, e também, vedando todos os lugares possíveis da circulação de um novo ar. Mais do que isso, os dirigentes terão de não somente obter o consentimento da sociedade civil, mas de “dinamitar” toda ideia contemporânea de que o homem necessita se resguardar do seu próximo, pois ali está o mal. E somado a isso, de que depende de sua criatura.
Que esse processo de emancipação se solidifique o mais rápido possível.
Dirigentes do mundo, uni-vos!!
Rômulo Andruschi

Um comentário:

  1. Seu post ajudou a entender o que eu mesma escrevi.
    Na época em que eu li este texto do Adorno sobre Auchwitz, pensei: "que bom que a educação brasileira não abriu espaço para a formação de pessoas que pudessem seguir o que foi feito na Alemanha nazista...". E é claro que com o tempo percebi que estava redondamente equivocada, uma vez que a nossa educação defasada possibilita que seres humanos corruptos, agressivos e omissos se espalhem pela sociedade. Como ele diz lá, esse mau-estar causado pela condição de civilização é natural a todo ser humano, e cabe a nós, educadores, trabalhar isso positivamente.

    Eu diria também: "Educadores do mundo, uni-vos"!!

    Larissa Messias

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