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terça-feira, 22 de março de 2011

Indagações extensas em um curto espaço.

Estive lendo um livro do Luiz Antonio Cunha, chamado “Educação e desenvolvimento social no Brasil”, muito interessante por sinal, que me trouxe inúmeras novas reflexões sobre a educação brasileira.
No livro o autor começa nos trazendo a educação no pensamento liberal para pensarmos “a educação e a construção de uma sociedade aberta”. Depois de todo um blábláblá necessário para explicar melhor os princípios liberais, Cunha traz alguns autores que contribuíram para teorizar sobre o papel social da educação, e então me deparei com idéias de um cara que até então eu nunca havia ouvido sobre: Marques de Condorcet. À primeira leitura, é claro que eu me apaixonei pelas idéias dele que o Luiz Cunha citou, por exemplo: “a educação só é emancipadora e digna de um povo livre na medida em que dá às crianças os conhecimentos que lhes permitirão se bastar em todas as circunstâncias (materiais, políticas e morais)”; ou “a instrução desaparecerá com o despotismo de um homem sobre o outro, garantindo a liberdade”.
No decorrer do livro Cunha vai colocando várias questões a se refletir: como o estado lida/lidou com essa suposta “educação libertária”, e como essa fachada de igualdade acaba se tornando uma forma de dissimular os mecanismos de discriminação que a própria educação cria em torno de si, como as medidas de contenção são implementadas paulatinamente no sistema de ensino, etc etc e etc.
Me deu muito o que pensar, por isso achei legal compartilhar a leitura e os questionamentos. Mas acima de tudo isso, minhas maiores reflexões centraram-se em como enxergar o nosso atual sistema de ensino, uma vez que o autor escreveu este livro em torno de 72.
Estudando Gramsci e compreendendo melhor a idéia de escola unitária e de ensino voltado para emancipação do homem, senti a mesma euforia que tive com o pouco que li de Condorcet, mas de certa forma percebi que o a educação brasileira sempre deu a “impressão” de ser voltada para a construção do indivíduo como “sujeito de si”, para a diminuição das desigualdades e equalização das oportunidades...  E infelizmente a sensação que tenho é que a escola brasileira nesta atual conjuntura política é uma escola de aparências: feita de tijolos pintados de idealismo, mas por dentro repleta de contradições e de ideologias gastas pelo tempo e pelo desânimo.
Espero sinceramente que seja somente uma sensação. Mas se não for, é bom de qualquer forma estarmos preparados para o que viermos a encontrar como professores de sociologia, e ler muuuito para compreendermos qual é a situação real da nossa educação.

Larissa Messias Moraes

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