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sábado, 19 de março de 2011

Programa de Aprendizagem Comercial

Até ano passado eu fazia parte do Programa de Jovens Aprendizes do SENAC-GO e com isso tive oportunidade de vivenciar a proposta do Programa de Aprendizagem Comercial (http://www.senac.br/inclu-social/prg-aprendiz.html). A partir de Gramsci pude constatar o quanto esse programa é contraditório tanto em sua proposta quanto na sua efetivacão.
A ideia inicial é de inclusão, pois  no século XIX o "aprendiz" era associado ao "menor abandonado". inclusão esta que só reforca, ainda hoje, a desigualdade: 1) o curso ao qual os jovenz aprendizes sao submetidos (por 1 ano) com certeza abdica do rigor tanto em questão de conteúdo como na avaliacão dos mesmos; 2) na grande maioria das empresas esse jovem aprendiz nao tem perspectiva em ascender na empresa, não é dado como "equivalente" a outro funcionário e, principalmente, não costuma exercer as funcões que lhe deveriam ser designadas.
A centralidade do programa é uma "Educacão em sentido amplo" que, na teoria, se aproxima muito da proposta de "escola unitária" de Gramsci, com essencia humanística muito mais do que capacitacão para o trabalho. Não posso negar que tal apresenta a "práxis"de Gramsci, pois nela a experiência prática prevalece sob a elaboracão teórica abstrata, na relacào SENAC - empresa. O problema é que aquele desenvolvimento da auto-estima, criatividade, cidadania, responsabilidade, ética, etc., estimulados pelo curso, não são necessariamente bem vindos na/ pela empresa. Nesta, o que importa é o trabalho pelo trabalho (a técnica enquanto técnica), e o pensamento individual (por vezes autoritário) prevalece sobre o coletivo. O jovem é importante para a empresa enquanto não implica prejuízos a ela!
A ideia do Programa élegal, mas quem sabe não dever-se-ia olhar mais para Gramsci e enxergar uma melhor apreensão do método!?

Kárita Segato

5 comentários:

  1. Kárita e demais, uma coisa que fico pensando sobre estes programas, é o sensacionalismo que é feito, como vc disse, a ideia é legal, mas o alarde que se faz em tordo do projeto é que chega a ser nojento. Parece que as empresas estão fazendo um favor ao "darem" a oportunidade para este indivíduo, esquecem do "trabalho escravo" a que este é submetido, sem dizer as humilhações que o mesmo passa.
    o ideal claro, seria conseguir consiliar esta oportinidade com um ensino de qualidade que realmente preparasse este jovem para a vida e não somente para o mercado, seria tornar este homem no ser integral.

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  2. Sobre esta questão da inclusão social, é realmente interessante perceber como consiste em uma ideologia mesmo, para o controle social.
    Apesar da atualidade da questão, podemos constatar que vem desde a concepção de educação do Primeiro império, como descreve Patto, nos seu artigo que trata das raízes ideológicas do pensamento educacional. Lembrando que inclusão social é conceito do liberalismo, e que se contrapõe ao de integração social. O primeiro se faz pela atomização dos seres, pela competição, o que aprofunda ainda mais as desigualdades, como já foi dito anteriormente pelos colegas.


    DILMA MARIA

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  3. Tentar incluir Gramsci para qualquer tipo do Sistema S(SESC, SENAI, SESI...) seria um desafio muito "interessante" e intenso. Creio que não funcionaria, principalmente sabendo que o resultado final das teorias de Gramsci acarretaria no desaparecimento do Sistema S ou qualquer coisa do tipo, que nada mais são que resquícios de oligarquia autorizada pairando na nossa sociedade e ainda por cima de tudo boa parte de suas ações são sustentadas com dinheiro público.
    Nunca consegui ver esses cursos de capacitação oferecidos por esses programas do Sistema S como algo vantajoso. Na Teoria seria o espaço que o aprendiz deveria estar trabalhando, porém estão no momento de se capacitar. Não seria certo, as coisas (trabalho e aprendizagem) serem executadas no mesmo locus, que no caso seria a escola e no mesmo intervalo de tempo?
    Na minha opinião, o Sistema S demonstra uma imagem de depósito de aprendizes, no qual as empresas desovam seus jovens, onde o mesmo aprendem técnicas engessadas para depois voltarem a empresa e reproduzirem esses engessamento.
    A Escola Unitária está muito longe do Sistema S.

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  4. Esses Programas são ótimos de certa forma para integrar o jovem para o mercado de trabalho, como o jovem aprediz, é otimo que o jovem que nunca tenha trabalhodo por falta de oportunidade(experiencia) passe pro esse processo, mas será que se nos de forma geral o governo, estada, presidente, so deve se preocupar em formar uma pessoa para ser tecnico e em conseguencia ter mao de obra especializada para varios assuntos...E a formação crítica do cidadão onde fica, quem irá passar isso para ele..

    Sara Liz

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  5. Alguns de vocês já vivenciaram, já deram aula, ou participaram de algum programa de aprendizagem? Há falhas como em todos os setores da nossa sociedade, mas no geral a transformação, o amadurecimento em relação as questões trabalhistas e sociais é incrível em um grande percentual dos jovens. Tenham esta experiência, certamente mudaram de idéia em realação a aprendizagem.

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