Powered By Blogger

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Educação e Educadores em um Contexto de Mudança.

Educação e Educadores em um Contexto de Mudança.


Discutir a influência do legado gramsciano, no âmbito do pensamento acadêmico educacional brasileiro, está delimitada nos últimos quinze anos, entre 1979 e 1994. Os últimos anos da década de setenta representam o marco inicial da interlocução da pesquisa educacional no Brasil com as idéias gramscianas onde, nosso querido Dermival Saviani (em pedagogia histórico-critica), contribuiu e organizou estudos desembocando as idéias Gramscinianas e cabendo à década de oitenta a consolidação desse esforço e nos anos noventa indicam uma tendência de descenso dessa interlocução.
Por tanto, discutir o processo de apropriação do pensamento gramsciano possibilita a meu ver, introduzir alguns pontos para a reflexão sobre as várias leituras do seu legado teórico e, em particular o nosso também que não são muitos mais geram divertidas discussões, sobre os problemas que cercam a questão do historicismo na sua obra e sobre é claro a EDUCAÇÃO e EDUCADORES. Além da oportunidade de discutir Gramsci, é claro! Essa polêmica nos permite trazer à tona uma série de questões pertinentes ao debate mais amplo da produção científica, dos acontacimentos que estão latentes na área educacional no Brasil e também discutir as condições atuais da educação e de vivência. Abrindo um parênteses para discutir Bourdieu e criticar alguns métodos que alguns professores estão se apropriando e gerando um caos ao meu ver educacional e situacional.
Uma das teses principais ou centrais na Sociologia da Educação em Bourdieu é a de que os "alunos não são indivíduos abstratos que competem em condições relativamente igualitárias na escola, mais são indivíduos socialmente constituídos que trazem uma bagagem social, cultural e econômico diferenciada". Foi o que me fez pensar em uma problemática na qual estamos lidando com a educação não formal, devido ao estar em uma instituição museal (MA-UFG), acho que de certa forma como pude notar em uma grande parte de professores inclusive nas áreas de humanas e que envolvem alguns professores de pedagogia, vejo que o proprio contexto de "humanização" simplesmente desapareceu do ser EDUCADOR me pergunto por onde ele anda? E o que faz um Educador agredir um aluno quando se está praticando uma educação cidadã? Se teoricamente eles são como cita Paulo Freire onde concorda com Cachin Marcel "O próprio homem, sua "posição fundamental", é a de um ser em situação - "situado e fechado". "Um ser articulado no tempo e no espaço, que sua consciência intencionada capta e transcende. E que "Á possibilidade de admirar o mundo implica em estar não apenas nele, mas com ele; consiste em estar aberto ao mundo, captá-lo e compreendê-lo; é atuar de acordo com suas finalidades a fim de transformá-lo. Não é simplesmente responder a estímulos, porém algo mais: é responder a desafios. As respostas do homem aos desafios do mundo, através das quais vai modificando esse mundo, impregnando-o com o seu "espírito", mais do que um puro fazer, são atos que contêm inseparavelmente ação e reflexão".
Então não concordo plenamente com as explicações pré deterministas das vias de comunicação de massa, quando se elabora reflecção sobre a Reprodução da Violência no ambito escolar como se issofosse algo pré-determinado sem possibilidades de MUDANÇA. Acredito que a educação ela sendo Formal ou não formal pode provocar mudanças no corpo (institucional) e no "ser", indo ao encontro dos conflitos e das dificuldades. A reprodução da violência seja ela simbólica ou fisica ela se coloca em um estado e não em uma condição pré-determinada como se fosse uma anomalia genética que se arraiga no DNA e que se é herdado e passado para frente. Nesse sentido, quanto mais "conhecer, criticamente, as condições concretas, objetivas, de seu aqui e de seu agora, e de sua realidade, poderá realizar a busca, mediante a transformação da realidade".
A reprodução da violência em geral e nas escolas no qual se coloca o foco dessa discussão, estão arraigados a um problema maior na qual eu acredito que seja a banalização do proprio conceito de violência, de poder , de indivíduo e da moral.
Precisamente porque o Professor e a instituição que acolhem essa demanda da classe trabalhadora se coloca em uma posição fundamental que é a de "estar em situação", e ao debruçar-se reflexivamente sobre a "situacionalidade", conhecendo-a criticamente, insere-se nela para levantar questões e desenvolver estratégias . Essa refexão simploria foi somente colocar as angustias de meu ser "humanista" de "ser" do que pura e simplesmente uma inquietação repentina do "SER EDUCADOR"!



Roberta Rodrigues de Sousa Goes

2 comentários:

  1. Oi Roberta,
    Sua reflexão é interessante. Percebo que tem umas idéias muito boas, que no seu texto não ficaram bem esquematizadas, talvez esta nem fosse a intenção,( ou eu mesmo que me perdi ). Mas consegui apreender sua inquietação. Primeiro percebo que realmente o seu ponto de referencia analítica é a via gramisciana com a consideração do materialismo histórico e dialético para a educação.
    Quando relata a experiência de violência, e se indaga onde estar o sentido que parece tão natural de sentir o outro, de ter uma postura humanitária, como disse, me parece que realmente desapareceu. O professor não se vê como educador e muito dos casos não pretende ser. Digo pelo que ouço estes profissionais falarem nos momentos de reunião ou intervalo de aula nas escolas. Às vezes até falam dos colega que tem uma pretensão maior enquanto formador, com tom de sombaria dizendo que é só empolgação de principiante que com o passar dos anos a postura será a cumprir horário para receber salário, nada que vá além disto. Como quem perde as esperanças ou se viu como que acreditando em uma ilusão de mudança. O educador que se pergunta Roberta, parece mesmo desanimado, no sentido estrito da palavra. Sem a alma. Vive por viver, querendo tirar proveito do que é momentâneo, esquecendo ou tentando esquecer o que é na essência. Homem, mulher, ser humano capaz de muito mais. E não apêndice da máquina que criou dentro desse sistema capitalista. Esquecem que valem mais do que o seu poder aquisitivo e acabam se tornando intolerantes e não toleráveis. Uma explosão de nervos e conseqüente violência, que quando repreendidos entram na via da explicação simplista e não totalizante, particular.
    Concordo que o problema da reprodução da violência na escola e em geral, é um problema maior , exige análise mais complexa. Acredito que o educador não tem postura neutra, ele consciente sabe onde está inserido e toma posição. Mas isto não quer disser que o educador seja um modelador de pessoas aos interesses a que presta, tolhendo do educando a possibilidade de caminhar . Eu também questiono se o que falta não é realmente este conhecimento que possibilita o agir. E aí já partimos para outras reflexões.
    O texto da “reprodução da violência” postado no blog pela Sandra Rancam também é interessante e soma a discussão.
    Dilma Maria

    ResponderExcluir
  2. Muito bom seu texto, retrata bem a reprodução da violência nas escolas e a banalização da mesma. Acredito que um fator de peso nessa temática está na marginalização dos indivíduos através de um processo sócio-histórico caracterizado pelo recalcamento de grupos sociais.
    LADY TATIANE

    ResponderExcluir