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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Punir para Educar "bem"

Foucault nos diz que a punição deve repousar sobre uma tecnologia da representação e neste sentido importa mais aos outros do que ao próprio condenado, assim punir alguém nesta perspectiva implica em fazer com que o fato circule rápida e largamente entre todos os outros “possíveis culpados” servindo de exemplo. Ele nomeia este processo de “Economia de Publicidade”, pois ao invés de suplício corporal passa a ser o terror o suporte do exemplo.
Nas fábricas, nas prisões e também na escola é fácil perceber a aplicação deste conceito. Dentro destas instituições desde muito cedo os indivíduos que não se comportam como o desejado são punidos para se corrigirem, mas também para servirem de exemplo aos demais. Isto acontece quando não se “comportam bem” no uso que fazem de seus corpos e quando não dão retorno satisfatório ao conteúdo (saber) imposto por estas instituições.
Observamos, portanto como os indivíduos são disciplinados, ou melhor dizendo, educados para que cumpram a vontade daqueles que detêm o poder. Na sala de aula, na fabrica e na sociedade é através do processo disciplinador dos indivíduos que ocorre a assimilação do saber, por isso Foucault nos diz que: “por trás de todo saber, de todo conhecimento, o que está em jogo é uma luta de poder”.
Débora da Costa Barros

3 comentários:

  1. Débora, o que você apresentou me lembrou a dúvida que tive em aulas anteriores: e quando o disciplinar dos corpos não dá certo, isto é, quando não se “comportam bem” no uso que fazem de seus corpos e quando não dão retorno satisfatório ao conteúdo (saber) imposto por estas instituições? Bom, daí você coloca: punir para educar "bem". Quer dizer, quando há algum "fracasso" se puni, para que o mesmo não volte a fracassar e, principalmente, para que outros não fracassem também; como você bem lembrou, tal punicão mais importa aos outros do que ao próprio punido, pois o mais importante é o exemplo a não ser seguido.
    Uma coisa é importante se notar aqui: voltamos a questão da "individualizacão" já abordada por várias postagens, principalmente no caso da escola de Realengo. Fato é que, quando algo dá errado no processo "disciplinar", se prefere punir o indivíduo ou mesmo julgá-lo de problemas psicológicos a se avaliar e mesmo questionar o que até então está posto como dominante. Para que, então, dizer que o sistema carcerário está equivocado? Diante do que está posto, isto é, diante do que a própria sociedade coloca como funcão das prisões, estas estão a cumprir fielmente e, por ora, rigorosamente o que lhe foi determinado. Mas até quando o que "deveria" acontecer ficará só nos pensamentos e elocubracões dos que aderem à causa? Será só utopia ou necessidade de toda uma humanidade?

    KÁRITA SEGATO

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  2. Escola X poder disciplinar - exame: estive pensando numa forma de burlar o sistema (lembrei das anedotas do Franck agora). Pessoas, é possível construir um método avaliativo que não seja de forma alguma classificatório, opressor, punitivo, hierarquizante e que no fim das contas não implique num conjunto numérico que vá de 0 a 10? O que me dizem?

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  3. Escola X poder disciplinar - exame: estive pensando numa forma de burlar o sistema (lembrei das anedotas do Franck agora). Pessoas, é possível construir um método avaliativo que não seja de forma alguma classificatório, opressor, punitivo, hierarquizante e que no fim das contas não implique num conjunto numérico que vá de 0 a 10? O que me dizem?

    Michelle N. de Resende

    Postado por Michelle no blog SocioPhatias em 11 de maio de 2011 16:28

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