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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Horror e espetáculo: as tristezas e a realidade do mundo moderno

Ontem, dia 7 de abril de 2011, o Brasil todo acompanhou perplexo a tragédia que aconteceu em uma escola pública no Rio de Janeiro. Este ocorrido virou motivo de descução em todas emissoras de TV do país, das quais buscavam respostas para um fato que acabara de acontecer. Esta tragédia transformada em "espetáculo", para uma "sociedade do espetáculo", me deixa muito intrigado, pois o que as os canais de TV tentam fazer e que muitos, perplexo, interpretam como o que realmente aconteceu, é encobrir uma realidade do nosso país da qual vem sendo construída desde o adentramento deste em um processo de modernização tardia.
          Nosso país está passando por um processo do qual a modernização veio na forma de "artefatos prontos", ou seja, quando chegou aqui o advento da modernidade, não houve, tal qual em países como Estados Unidos e outros, um processo de adaptação de sua sociedade para adentrar na modernidade. No Brasil quando a modernidade se deu cerca de 90% de sua população não tinha acesso à educação, saúde e soutro bens não materiais, e materiais básicos para se manterem. Isso gerou uma especificidade em nossa população, do qual estes indivíduos desprovídos do básico para viver nesse nova sociedade (moderna), necessitaria para sobreviver. Assim essa população foi deixada à periferia da sociedade, de forma que criou se uma "ralé estrutural" no nosso país e com isso culpa-se essa ralé por não se adequarem à nova forma de sociedade que o país vem se transformando.
           Essa breve introdução, bem simplificada, da "especificidade da sociedade brasileira", é apenas para dizer que quando acontecentecem tragédias como essas no nosso país tende se sempre a culpar o indivíduo por estas, mas o que muitos não fazem, inclusive intelectuais, é ver que quem cometem atrocidades e que causa perplexidade em todos nós, vive na mesma sociedade que a nossa, e que essa nova sociedade moderna ao surgir no nosso cotidiano não se atentou para os grandes problemas que sociedades modernas já vinham passando. Assim temos que começar a refletir sobro nossa vida em sociedade e ver que quando acontece um fato como este de ontém, que culpar o indivíduo e tentar interpretar sua ação isolada da sociedade não nos leva a resposta alguma, "psicologeisar" fatos como estes não nos dão respostas, as respostas estão no nosso cotidiano, ou seja, no tipo de sociedade em que estamos nos transformando.


Danilo C. da S. Santana

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