Os mecanismos de funcionamento de pacto
oligárquico era o que predominava na política local e brasileira durante toda a
Primeira República.
Intelectual com
certo nível de escolarização exercia papel significativo. A educação=
instrução, correspondia a poder. No entanto, como Goiás era um Estado
basicamente agropecuário, a força política estava na manutenção do sistema dos
proprietários de terra, que controlavam e manipulavam as eleições indicando a
representação política, no âmbito municipal, estadual e federal.
A formação de novas
agremiações, rupturas e dissidências no
interior das oligarquias marcaram as disputas políticas desse período. E os
nomes das famílias iam se revesando no poder: Bulhões, Xavier de Almeida,
Caiados...
No âmbito da educação, esse período retrata como
desde o início a preocupação está não focada em construir uma estrutura
educacional sólida. Pois o objetivo era de reorganizar o Estado para
consolidação da República e como a Constituição de 1893 deixa ao encargo dos
Estados a organização da instrução pública através da Lei n°38, de 31/06.Tentou se observar, porém como a história mostra, com muito descaso.
Nesta lei já se
estabelece o Ensino Leigo, gratuito e obrigatório para crianças de 7a 14 anos.
Era considerado porém, que este ensino fosse proporcionado também em casa, o
que era muito corriqueiro. As famílias se preocupavam muito com a possibilidade
de na escola ter influencias contrarias a educação que recebiam em casa,
principalmente quanto às moças.
Com a troca de governo a preocupação principal era
deslocar e desenraizar elementos ligados ao governo anterior e que ocupavam
cargos estratégicos .
Com essa prática a
Academia de Direito sofreu fechamento pouco tempo depois de ter sido instalada.
E a escola Normal, entidade pública, neste contexto político também passa por
instabilidades no funcionamento. Esse fato agregado com outros problemas, entre
eles a freqüência mínima, a escola ser mista ( meninos na mesma sala de
meninas) e a carência de professor, faz com que o governo veja na escola
particular confessional católica a oportunidade de um ensino de maior
consistência, estabilidade e nos moldes da virtude de moralidade afinados com
os das famílias tradicionais. Assim surge os colégios: de São José(1910) em
Formosa, da comunidade Dominicana, que teve seu curso equiparado a Escola
Normal oficial em 1921, e em 1929 foram diplomadas 16 normalistas; o colégio
Santa Clara 1922 em Campinas, hoje bairro de Goiânia; e em 1923 o Estado
subvencionava as seguintes escolas particulares:Faculdade de Direito, Escola de
Farmácia, Seminário Santa Cruz, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora da
Consolação, de Rio Verde, Sagrada Família de Catalão, Santa Cecília de
Morrinhos,Conceição de Pirinópolis, Atheneu de Luziânia,Colégio Novais de Jataí,
e o Seminário de Porto Nacional.
A década de 20 marca
a inserção de Goiás na economia capitalista do país, certo que de forma periférica
como sua produção é agropecuária, mas como o desenvolvimento econômico ocorre, também
o aumento da população, e aumenta se a procura pela educação escolar.
Nesse período o
governo estava sob a oligarquia Caiadista, que levados pela necessidade
aumentam significativamente o número de vagas tanto primárias quanto secundárias.
Nesta última a expansão se deu
fundamentalmente na iniciativa particular.
Em termos
educacionais Goiás reconhecia a hegemonia de São Paulo adotando a tendência Escolanovista.
Em 1925 ocorre a
Reforma do Ensino e se estabelece o controle político e ideológico de
estudantes e professores pela criação da cadeira de Instruçaõ Moral e Cívica no
ensino primário e secundário.(CANEZIN e LOUREIRO, 1994, p. 60 ).
Em 1928 com os rearranjos
da eleição e o governo um pouco mais estruturado com relação a oposição aos Caiados,
passou se a criticar o campo educacional principalmente quanto a baixa
remuneração dos professores. Salientavas se a necessidade de formação do professor e se
fazia um apelo ao espírito de apostolado , como uma missão a de educador.
Interessante perceber
como salienta Canezin e Loureiro, que a publicização da educação escolar não
foi generalizada, houve sim um aumento do ensino elementar enquanto no ensino secundário, normal e superior a expansão foi por via da escola particular confessional. As autoras
chegam a citar que “O estado manteve a Escola Normal Oficial mais para servir de parâmetro regulador do
funcionamento das escolas particulares do que para atender as necessidades de
formação de novos profissionais.”
CANEZIN, M. T. & LOUREIRO,
W. N. Goiás República: A Escola Normal e os Interesses Oligárquicos. In: A
Escola Normal em Goiás. Goiânia: Editora da UFG, 1994, Coleção Documentos Goianos –
28.
Com
este olhar retrospectivo creio que vários pontos afloram no pensamento quanto à
comparação com a atualidade, seja no que
se perpetua seja no que possa haver de diferencial.
Dilma Maria
Nenhum comentário:
Postar um comentário