Gostaria de discutir sobre um ponto, e levantar
possíveis discussões sobre um assunto. Depois das observações que fiz no CEPAE
das aulas de sociologia, devido a disciplina de Estágio supervisionado, estou
inquieta sobre uma questão que não pude deixar de notar.
Na universidade as ciências sociais nos
fornece todo um aparato para compreendermos a sociedade nos tirando de um mundo
alienado, (dentre outras tantas questões), pensei que como professores teríamos
a função de tentar passar essa anti-alienação para os alunos, (pelo menos era
esta a impressão que eu obtinha porque era assim que eu imaginava as aulas de
sociologia, pois eu nunca tinha obtido contato antes com esta disciplina, nem
mesmo no ensino médio), porém ao observar as aulas de sociologia percebi que a
questão estava sendo posta de forma contrária. Percebi que o professor
praticamente molda o aluno, o seu papel na sociedade, como deve agir, com deve
pensar, como deve se portar, pelo menos foi o que pude perceber nas aulas em
que eu observei. Procurarei passar isso aos meus alunos, mas também procurarei
torná-los menos alienáveis possíveis, tentarei passar um senso crítico da
melhor forma possível. Sei que é uma tarefa complicada, pois são indivíduos que
ainda estão em formação e não possuem uma maturidade suficiente para tomar
algumas atitudes, mas procurarei na medida do possível discutir sobre esta
questão. O que quero assinalar é, afinal, qual é o papel do professor? O
que ele deve fazer? Não é possível que isso iria se resumir somente em “passar
conteúdos”, o ensinamento deve ir mais além do que isso. Isso acaba por nos
levar a questão do debate em que o professor Franck nos instigou em sala, onde
um dos assuntos abordados era “o que é uma educação de qualidade”, concordo com
que o Lucas disse em sala no sentido de que a educação na prática está voltada
para uma formação tecnicista.
Diante das teorias que obtivemos contato,
de forma predominante ela sinaliza que a educação deve estar voltada para uma
humanização, porém quando observamos a prática vemos que a realidade é
diferente. Somente nós professores podemos mudar estas práticas, porém a meu
ver estamos de mão atadas, pois ao chegar em uma escola para dar aulas a
própria instituição limita o professor aos conteúdos que ele deve abordar, em
muitas o programa está praticamente pronto, estamos limitados à livros didáticos.
Como vamos exercer nosso papel, temos que seguir o sistema? Não são todas as
instituições que trabalham na mesma linha do CEPAE, no sentido de não utilizarem livros didáticos dando maior liberdade aos professores para atuarem. Em sua
maioria, as instituições aderem a estes auxílios didáticos, sei que fazem parte,
mas vamos nos limitar a eles? Como podemos agir diante desta situação?
Géssica Barreto
Géssica, penso que nõ só o professor pode mudar a situação da educação, mas com certeza ele tem um papel importante. E quanto a esta limitação tão massacrante, vejo certa autonomia e poder por parte do professor e professora no espaço da sala de aula. Lá dentro na maioria das vezes é quem dita , orienta, conduz tanto o conteúdo como o enfoque dado, mesmo que muitas vezes de forma a não aparecer no que fica registrado, escrito para supervisão. Digo isto por ser relato de professores sobre sua prática.e é claro que vejo a delicadeza da situação que dá margem para este moldar seja para o mal ou para o bem depende de quem vê e pensa o caso.
ResponderExcluirDilma Maria