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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Anotações da Palestra do Professor Pedro Demo (vídeos postados no meu comentário anterior)


Anotações da Palestra do Professor Pedro Demo (vídeos postados no meu comentário anterior)
 Nesta palestra, Pedro Demo discute duas referências para o futuro: Educação Integral e Aprendizagens Virtuais.
Para iniciar esta discussão, Pedro Demo afirma que não se deve encaixotar nas cabeças dos professores apenas as teorias já existentes, mas cada professor deve ter a iniciativa de produzir a sua própria teoria a parir das análises e teorias já existentes, fazer teorias em cima de outras teorias e com isto, teremos reconstruções de teorias, a partir daí teremos uma misturas de teorias, ou seja, textos já existentes como dos autores Paulo Freire, Sócrates, Platão, dentre outros. Porém estas misturas não podem ser meramente reproduções de textos já existentes, mas uma produção própria.
Pedro Demo defende que os professores tenham propostas teorias próprias não unificadas e não uniformizadas, pois assim como aprende que na natureza as formas têm que ser variadas e com isto, é muito importante que as pessoas tenham idéias, origens e interesses diversificados para que possam produzir e não reproduzir o conhecimento e com isto, aprender de maneira diferente. No mundo acadêmico, tanto os alunos como os professores possuem o desejo de produzir conhecimentos, pois na sociedade do conhecimento, a única coisa que interessa é a produção de conhecimento e isto se dá através da Pesquisa. Os países desenvolvidos investem em pesquisas para produzir conhecimentos, portanto, a cópia, a reprodução já não interessa mais. É necessário que o aluno que entra na faculdade ou na Escola, não entre com a finalidade de assistir aulas, mas com o objetivo pesquisar para produzir conhecimento e toda aula para ser chamada de aula tem que ter um produto próprio do aluno de tal maneira que o professor organize esta produção para com intuito de uma melhor avaliação. A avaliação é uma forma existente nos países desenvolvidos para coletar dados precisos e isto se da por meio dos estudos. Demo continua afirmando que no Brasil, há um entendimento de que estudar é um castigo, mas em nos países desenvolvidos, estudar faz parte da vida do aluno.
Para Demo, estudar é produzir sua contra proposta e para isto é preciso ler. Não se trata de copiar isto ou aquilo, nós temos que entender que a leitura é uma forma de aprendizado, quem ler consegue se expressar melhor, consegue construir um texto, fazer uma boa discussão sobre os textos lidos, fazer críticas do que se esta lendo. Hoje, nos vestibulares, o que mais causa temor nos alunos é a redação, mas como fazer uma boa redação se não há leitura, se não houver um mínimo de leituras não conseguiremos produzir nenhum texto ou até mesmo nenhum conhecimento, mas isto tudo acontece porque assim fomos formados em nosso país.
No Brasil não há uma importância como temos em países desenvolvidos uma atenção com qualidade para a nossa educação. Não temos uma cultura de aprendizado desde crianças com um envolvimento maior com os estudos ou com a leitura. Infelizmente, o que vemos são crianças que estão na 8ª série sem saber ler ou até mesmo a escrever, por causa de um sistema, os professores das escolas públicas são obrigados a passarem de ano os alunos independente se estão sabendo ou não os conteúdos aplicados em sala de aula.
Demo afirma que o professor que possui o hábito de estudar sua vida toda tem uma chance de mudar este quadro e não aquele que faz seu curso, exemplo, pedagogia, estuda somente enquanto está em sua vida acadêmica e não volta mais a estudar achando que está pronto. Demo continua afirmando que o papel do professor não é apenas pegar um conteúdo e dividi-lo para dar suas aulas, envolve muito mais que isto, tem que estudar mais para produzir seus próprios conteúdos através das teorias existentes.
O século XXI é o pilar da aprendizagem, pois esta tendo pessoas com vontade de produzir mais através de seus conhecimentos. Para isto, deve-se mudar o patamar ou uma cultura na qual as crianças terão desde cedo, hábitos formados e conseqüentemente, produzirão no futuro, conhecimentos bem melhor.
Entrando no mundo virtual, vemos que podemos adquirir vários textos através da internet, um bom site de conhecimentos tem textos que são aptos a imprimirem e também a serem assistidos através de imagens documentais como por exemplo, um bom filme, alguns com mais de 100 anos, porém são interessantes e suas produções ajudarão bastante ao aprendizado, pois cada vez mais, o mundo virtual esta chamando mais atenção do que textos que podem ser impressos.
Todos podem participar da produção de conhecimentos, desde que estejam dispostos a estudarem e a produzirem através de pesquisas. Demo afirma que descobriu-se que desde o começo, as universidades já falavam destes conhecimentos, pois não se trata de um produto acabado, não se trata de um pacote que pode ser conquistado somente pelos ricos e que cumpria a função de reprodução e não discussão.  Portanto, o conhecimento está aí para ser discutido por se tratar de um produto de discussão que nunca acaba.
Demo afirma que temos que ter uma nova maneira de ver o conhecimento e também, devem-se criar hábitos de democratização do conhecimento para com o objetivo de exercitar o método cientifico. Para isto, há 3 pontos para produção de métodos científicos.
1º O texto tem que ser Neutro: tem que ser feito de uma maneira clara para que todos possam ser lido com calma para se fazer uma profunda avaliação;
2º Não usar a pesquisa original de acordo com a coleta de seus dados, pois a regra de todas as enciclopédias são que devemos fazer um conhecimento a partir dos que já existem, sendo o conhecimento do conhecimento; 
3º Tudo o que se coloca tem que ser verificável, tem que estar em algum lugar para que possa ser testado.
Contudo, milhares de pessoas aprenderam a fazer textos científicos, isto seria um modo de fazer ciências para todos, ou seja, uma forma de organização científica da sociedade do conhecimento.
Demo afirma que a partir de 2003, foi apresentada uma forma nova metodológica de produzir conhecimento, deixando para traz a web de consumos de cópias e reproduções para uma web de quem quer produzir traga algo próprio. Daí surge a idéia de produzir algo que é seu, mas há uma crítica nisto, pois muitos afirmam que não existe algo próprio, tudo já foi criado, mas se tratando de dados enviados para a internet, ninguém é dono de nada, pois tudo é de todos, não há dono da idéia, com isto, na produção de trabalhos escolares, acaba que quando se pega na internet fica muito superficial. Há muitas reclamações das superficialidades dos textos encontrados na internet, pois estamos em meio a uma geração superficial de alunos que não estudam, não querem ler livros de 200 páginas e por isso, pegam os resumos dos resumos feitos na internet.
Para defender a idéia de escola integral ou educação integral, Pedro Demo apresenta 10 pontos:
1º oferta de qualidade: a escola de tempo integral no Brasil resultaria em mudanças do tipo, de manhã seria feito o repasse dos conteúdos e a tarde, seria um investimento nos alunos;
2º professor de qualidade: só um professor diferente faz uma escola diferente pois, seria um professor de qualidade para construção de uma escola de qualidade;
3º aprender a estudar: assim como os alunos, os professores têm que aprender a estudar para a produção de uma boa aula.
4º tempo de estudos: os professores têm que ter tempo para estudar, em países desenvolvido, os professores dão aula em um período e no outro, estudam, com isto, conseguem elaborar melhor suas propostas de ensinos;
 pedagogicamente correta: esta escola teria sua pedagogia com metodologias corretas;
6º tecnologicamente correta: uma escola de qualidade tem que entrar no mundo virtual, no futuro, os alunos terão computadores nas salas de aulas e todos precisam lhe dar melhor com estas tecnologias;
7º novas alfabetizações: para isto inclui habilidades do uso da máquina, pois também poderá produzir conhecimentos e transformar a tecnologia em informações para dar conta do século XXI;
8º habilidades do século XXI: este será o século da era digital e isto ajudará a formação de espírito crítico do conhecimento.
9º todos podem aprender bem; e
10º oportunidades: todos têm direito a aprender bem e a ter oportunidades de estudar numa boa escola para com isto, produzir seus conhecimentos.
Temos sempre que valorizar o mundo virtual, mas não exagerando com as tecnologias existentes. 

Ass: Vânia Lopes

2 comentários:

  1. Como foi apresentado neste post percebo que a educação tem fundamental papel na dominação das classes subalternas, produz estereótipos, arquétipos, formas de ser no mundo. Mas, e além disso, inculca nos indivíduos conhecimentos muito superficiais.
    O professor é submetido a condições precárias de trabalho, na qual condiciona o profissional professor a reproduzir a ordem vigente. Nesse sentido, é muito interessante ver a criticidade, submeter-se a "prova" da prática, saber que existem dois caminhos possíveis o crítico e o reprodutivista e enquanto professor escolher o caminho que lhe trará dificuldades no que diz respeito a aplicabilidade, e outro que não necessita de nenhuma elaboração teórica ou metodológica, afinal está dado.
    Faço estes questionamentos, pois, são muitos os teóricos que se dizem críticos, porém, não os vejo num engajamento latente... não sei, mas me parece que ser crítico é uma possibilidade deste sistema e por tal ambiência duvido que somente a crítica leve a algum lugar.


    Rafael Barros

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  2. Continuando aos comentários da palestra do professor Pedro Demo e ao comentário do aluno Rafael Barros,me coloco na posição de concordância com o que o Rafael Barros escreveu, vejo que o professor é sim submetido ou envolvido a um sistema de uma infra estrutura pré-moldada existente na nossa sociedade, acho o que o professor Pedro Demo colocou em que o professor teria que ter tempo para estudar onde, num período ele daria aula e no outro estudaria, como se faz em países desenvolvidos, assim teria condições de produzir seu próprio material, sendo o conhecimento do conhecimento, SERIA MARAVILHOSO se no Brasil fosse desta forma, mas infelizmente, o professor brasileiro tem que multiplicar seu salário em 3 períodos para que assim possa dar uma qualidade de vida melhor para seus familiares, isso é uma vergonha, nós temos que lutar para que a EDUCAÇÃO no Brasil possa ter mais oportunidades e melhor qualidade para que nossas crianças possam saber ler de verdade e com isto, não precisaríamos ver algumas crianças na 8a série sem saber ler e os professores tendo que passar estes alunos de ano devido a um cumprimento de metas vindas do estado.
    Mas ainda sim, creio num tempo em que nossa EDUCAÇÃO será mais vista e não teremos mais estatísticas de analfabetismos ou semi-analfabetismos no Brasil.
    ASS: VÂNIA LOPES

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